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Jogos: Recall: Empty Wishes – Análise

Nem sempre sabemos quando um bom thriller vai cruzar o nosso caminho, mas, desde o primeiro olhar para Recall: Empty Wishes, fica claro que esta jornada será intensa e emocionalmente carregada.

Recall: Empty Wishes

Jogo: Recall: Empty Wishes
Disponível para: PC, PlayStation 5, Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series
Versão testada: PlayStation 5
Desenvolvedor: Puff Hook Studio
Editora: DANGEN ENTERTAINMENT

Recall: Empty Wishes

Quando joguei pela primeira vez o jogo da Puff Hook Studio, percebi logo que não estava perante uma história para fracos. Recall: Empty Wishes não é apenas um suspense sobre o desaparecimento de um jovem, mas um mergulho profundo nas relações humanas, explorando temas como culpa, inveja e a fragilidade dos laços familiares e de amizade.

A história gira em torno de Yonny Lin que, junto com a sua amiga Phoebe, embarca numa jornada para compreender o desaparecimento do seu irmão, Tommy Lin. O jogo adota uma estrutura não linear, permitindo que os jogadores reconstruam memórias e revelem segredos ocultos no passado das personagens. O destaque aqui é o peso emocional da narrativa – o jogo não se limita a contar uma história de mistério, mas sim a explorar como os eventos impactam cada um dos envolvidos.

Ao longo das cerca de quatro a cinco horas de jogo, Recall: Empty Wishes não hesita em sobrecarregar Yonny com uma avalanche de sentimentos e desafios. O jogo aborda de forma crua temas como arrependimento, abandono e ressentimento, o que pode tornar a experiência algo sufocante em alguns momentos. Mas, para os fãs de narrativas densas e psicológicas, esse é precisamente o ponto forte da obra.

Recall: Empty Wishes

No que toca à jogabilidade, o jogo combina exploração em cenários 2D com elementos de quebra-cabeças e romance visual. O jogador interage com objetos e recolhe itens que ajudam a desvendar os mistérios. Os desafios são envolventes, ainda que não muito complexos – e, por vezes, a ausência de um guia de objetivos torna a navegação um pouco frustrante, exigindo exploração quase aleatória até desbloquear a próxima cena.

Em certos momentos, controlamos diferentes personagens, o que adiciona camadas à história ao permitir novas perspetivas. No entanto, algumas decisões narrativas – como a remoção abrupta de uma personagem-chave – deixam pontas soltas que poderiam ter sido melhor trabalhadas.

Recall: Empty Wishes

Visualmente, Recall: Empty Wishes destaca-se dos restantes jogos. Com pixel art detalhada e ilustrações belamente trabalhadas, o jogo consegue transmitir a tensão psicológica sem precisar de grandes efeitos visuais. Pequenos detalhes nos cenários adicionam profundidade ao mundo do jogo, tornando a exploração ainda mais envolvente.

A banda sonora, embora não marcante, cumpre bem o seu papel ao criar uma atmosfera imersiva e emocionalmente carregada. Em certos momentos, o uso do silêncio é tão eficaz quanto qualquer composição musical, reforçando a tensão e o drama da narrativa.

Recall: Empty Wishes

Para quem procura um thriller narrativo de qualidade, Recall: Empty Wishes é uma escolha certeira. O jogo equilibra bem o seu mistério intrigante com um peso emocional significativo, oferecendo uma história que se desenrola de forma envolvente. Apesar de alguns tropeços, como pequenos buracos na trama e mecânicas de exploração que poderiam ser mais refinadas, a experiência geral é recompensadora.

Nota: 7,5/10

António Moura

Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.

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