Jogos: MACROSS -Shooting Insight- – Análise
Macross finalmente apresenta-se no Ocidente com MACROSS -Shooting Insight-, mas de forma incompleta.
Jogo: MACROSS -Shooting Insight-
Disponível para: PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Nintendo Switch
Versão testada: PlayStation 5
Desenvolvedor: KAMINARI GAMES Inc.
Editora: Red Art Games
A franquia Macross sempre foi um marco da ficção científica japonesa, combinando combates aéreos espetaculares, mechas e o poder da música como elemento narrativo central. Nesta caso, o jogo apresenta um enredo que serve essencialmente de pretexto para reunir personagens de várias eras da saga. Devido a distorções dimensionais, pilotos e cantoras de Macross Plus, Macross 7, Macross Zero, Macross Frontier e Macross Delta acabam por se encontrar na nave Battle 7. O resultado é uma história que aposta no fanservice, mas sem grande profundidade narrativa.
No que toca à jogabilidade, Shooting Insight aposta numa abordagem variada, alternando entre três estilos principais de shooter: deslocamento lateral, vista cenital e combate em 360 graus ao estilo twin-stick shooter. No entanto, uma quarta perspetiva, inspirada nos rail shooters, apresenta problemas devido à proximidade da câmara e à dificuldade em desviar-se dos projéteis. Outro ponto que poderia ser melhorado é a impossibilidade de transformar livremente os Valkyries, o que teria adicionado maior profundidade ao gameplay.
O sistema de combate é dinâmico e beneficia da diversidade de personagens e estilos de luta. Cada piloto tem características próprias, desde velocidade e dano até ao sistema de mira e disparo. No entanto, o balanceamento entre personagens não é ideal, com alguns pilotos a serem notoriamente mais eficazes do que outros.
A música, um dos elementos-chave de Macross, está bem integrada na jogabilidade. É possível ativar melhorias temporárias ao sincronizar com as canções, proporcionando vantagens como maior poder de fogo ou agilidade. Ainda assim, esta mecânica poderia ter sido mais explorada, pois, na prática, resume-se a ativar buffs em momentos específicos.
Visualmente, o jogo cumpre sem impressionar. As naves e efeitos visuais são decentes, mas os cenários parecem genéricos e, por vezes, a quantidade de elementos no ecrã compromete a visibilidade, especialmente nas fases de vista superior. O desempenho também não é constante, com algumas quebras de frame rate em momentos mais caóticos.
A campanha tem uma duração relativamente curta, entre cinco a seis horas, mas há incentivos para a rejogabilidade, como diferentes finais e desafios adicionais. O modo Arcade e o Boss Rush são boas adições, enquanto o Ace Battle, onde enfrentamos rivais da franquia, é um dos destaques. No entanto, a ausência de conteúdo relacionado com o Macross original pode dececionar alguns fãs.
Resta concluir que, para os seguidores da saga, MACROSS -Shooting Insight- é um tributo repleto de referências e momentos nostálgicos. No entanto, para quem procura um shooter arcade mais polido e acessível, o jogo pode parecer inconsistente, com problemas técnicos que limitam a experiência.
Nota: 6/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.
