Primeiras Impressões: Islantiles
Islantiles combina progressão roguelite, estratégia de construção de baralhos e puzzles acolhedores de construção de cidades ao longo de 100 ilhas únicas.
Jogo: Islantiles
Versão testada: PC (Demo oferecida pela Editora)
Desenvolvedora: Thunderrock Innovations
Editora: Thunderrock Innovations
O que acontece quando juntas o ciclo de um roguelite, os desafios rápidos de um jogo de puzzles de cidade e a tentativa e erro a longo prazo de um deckbuilder? Surge Islantiles, um jogo que parece ter sido preparado lentamente, como um chá cuidado, pensado para jogadores que adoram estratégia sem o stress do combate ou dos temporizadores.
No seu cerne, Islantiles é sobre cartas e posicionamento. Cada edifício da tua povoação é representado por uma carta, e cada ilha é um puzzle que coloca sempre a mesma questão: como vais organizar o teu baralho desta vez? Cada ilha dá-te um ano no jogo para gerar riqueza suficiente e desbloquear a seguinte, mas não há relógio a contar nem inimigos a pressionar-te. O verdadeiro adversário é a ineficiência.
A geração de riqueza desenrola-se em três passos: recolher recursos básicos (madeira, minério, fruta), posicionar edifícios de forma inteligente para multiplicar a produção e, depois, refinar esses recursos em bens de comércio valiosos. À superfície, o ciclo é simples, mas rapidamente se transforma num puzzle fascinante quando percebes que cada posicionamento pode desencadear uma reação em cadeia. Uma serração mal colocada e, de repente, toda a tua economia parece estar a falhar uma engrenagem.
É aqui que a espinha dorsal roguelite brilha verdadeiramente. Cada “run” pelo arquipélago permite-te avançar com novas estratégias, mesmo que falhes. O teu baralho é limpo quando perdes, mas todas as tecnologias desbloqueadas ficam contigo permanentemente. E com mais de 150 tecnologias para explorar, o panorama estratégico está sempre em mudança. E não são apenas bónus passivos, estas tecnologias podem alterar as próprias regras da pontuação, empilhar multiplicadores ou até inverter a forma como os recursos e os valores de troca funcionam. O sistema torna a experimentação não só recompensadora, mas também viciante.
A construção do baralho torna-se pessoal. Como podes fundir até cinco tecnologias diretamente no teu baralho, cada “run” sente-se como uma experiência de alquimia económica. Talvez desta vez apostes na produção bruta, transformando a madeira num monstro multiplicador, ou talvez canalizes tudo para o comércio de luxo, empilhando valores até que uma única exportação pareça um jackpot. A amplitude de possibilidades garante que nenhuma jogada se repete.
E, no entanto, apesar de toda esta profundidade, o ambiente mantém-se acolhedor. As ilhas são feitas à mão, cada uma um pequeno quebra-cabeças envolto em visuais exuberantes e numa banda sonora relaxante. Não há guerras, nem micromanagement de cidadãos, nem folhas de cálculo 4X intermináveis. Islantiles é estratégia pura, destilada numa experiência serena em que podes mergulhar, seja por 20 minutos ou por uma noite inteira.
A filosofia de design é clara: Islantiles é para jogadores que gostam de pensar três passos à frente, mas não querem o stress da pressão em tempo real. Trata-se de experimentar, optimizar, descobrir sinergias e saborear calmamente o momento em que a tua povoação ganha forma.
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.





