Jogos: Super Mario Galaxy + Super Mario Galaxy 2 – Análise
Super Mario Galaxy + Super Mario Galaxy 2 chegam à Switch com melhorias, ajustes e o mesmo brilho intemporal. Será que estes clássicos cósmicos continuam a representar o auge de Mario?
Jogo: Super Mario Galaxy + Super Mario Galaxy 2
Disponível para: Nintendo Switch, Nintendo Switch 2
Versão testada: Nintendo Switch 2
Desenvolvedora: Nintendo
Editora: Nintendo
Poucos jogos de plataformas na história dos videojogos carregam a mesma aura de “clássico intocável” que Super Mario Galaxy e a sua sequela. Em 2007, o primeiro Galaxy deu a sensação de que a Nintendo tinha reescrito as regras do género 3D, usando o espaço infinito como recreio para dobrar a gravidade, subverter expectativas e oferecer um tipo de liberdade criativa que antes parecia impossível. Avançando 18 anos no tempo, ambos os Galaxy regressam à Nintendo Switch, e, com uma atualização gratuita, à Switch 2, com visuais mais nítidos, som melhorado e ainda a sensação de estarmos perante o Mario no seu auge.
Estes dois jogos não são apenas lembrados com carinho, são amplamente considerados a obra-prima da Nintendo no design de Mario 3D. Galaxy 1 deslumbrou com atmosfera e maravilha, enquanto Galaxy 2 apostou no refinamento mecânico, elevou a dificuldade e introduziu o Yoshi com níveis construídos em torno das suas habilidades peculiares. Juntos, são uma verdadeira aula de criatividade e ritmo. Se alguma vez precisaste de prova de que Mario é mais do que combustível de nostalgia, estes jogos são a resposta.
Mesmo hoje, conseguem eclipsar a maioria dos jogos de plataformas modernos. E não é apenas pelas mecânicas engenhosas de gravidade ou pelos níveis que desafiam a mente. É porque Galaxy dominava a arte da variedade: nenhuma galáxia é igual à outra, e o cenário cósmico permitiu à Nintendo reinventar as regras a cada Power Star. Criatividade sem correntes.
Joga Galaxy 1 e notarás imediatamente algo que os jogos mais recentes de Mario muitas vezes evitam, mistério e melancolia. A Space Junk Galaxy, por exemplo, mistura silêncio assombroso com uma orquestração que cresce lentamente, criando momentos que parecem mais poesia do que plataformas. Ambos os jogos contam com bandas sonoras totalmente orquestradas que continuam entre as melhores da história dos videojogos. Simplificando: poucas músicas fazem o peito inchar como o tema da Gusty Garden Galaxy.
Vamos ao óbvio: não são remakes. Mas estão longe de serem ports preguiçosos. Ambos os jogos correm a suaves 60fps, com resolução a 1080p em dock na Switch e 4K nativos em dock na Switch 2. As texturas foram melhoradas e limpas, a interface modernizada, e até a cena inicial de Galaxy 1 foi re-renderizada sem as barras pretas cinematográficas. O resultado? Uma apresentação mais suave e limpa que torna a versão de 3D All-Stars instantaneamente obsoleta.
As melhorias de qualidade de vida também ajudam. O auto-save após cada Power Star elimina os incómodos pedidos de “Guardar?”. Uma pequena mudança, mas com enorme impacto.
Aqui é onde a magia choca com a realidade moderna. Recolher Star Bits e rodopiar já não dependem do apontador por infravermelhos preciso da Wii. Em vez disso, há a mira por giroscópio. Funciona, mas não é perfeita, é preciso recentrar constantemente com o botão R, e usar um Pro Controller é estranho comparado com os Joy-Con no modo dock. Pior ainda, os controlos da língua do Yoshi em Galaxy 2 soam pesados, nunca igualando a fluidez da Wii original.
O modo portátil é melhor do que na versão de 3D All-Stars graças ao giroscópio a substituir o ecrã tátil, mas continua estranho ter de abanar a consola apenas para rodopiar. O facto de o analógico direito não ser usado como cursor alternativo parece uma oportunidade perdida. Junta-se a isto algumas pequenas falhas de câmara, que hoje se notam mais do que em 2007, e temos um lembrete de que estes jogos não são perfeitos, embora andem lá perto.
A Nintendo não se limitou a aumentar as texturas. O Modo Assistência oferece aos novatos uma entrada mais suave, duplicando a vida e resgatando o Mario com uma bolha caso caias. O Modo Co-Star também regressa, com a Switch 2 a permitir que o segundo jogador use o rato, engraçado para sessões a dois, mas não muda o jogo.
O conteúdo narrativo recebe um pequeno mas bem-vindo reforço. A Rosalina, em Galaxy 1, ganha um novo capítulo no livro de histórias, enquanto Galaxy 2 recebe um livro totalmente novo com música inédita. Não é expansivo, mas é um gesto simpático para os fãs de longa data que já conhecem as galáxias de cor.
Super Mario Galaxy e Super Mario Galaxy 2 continuam extraordinários, duas jornadas cósmicas que recordam porque é que a Nintendo continua sozinha no topo da criatividade em plataformas. As bandas sonoras orquestradas elevam-se, a atmosfera prende-nos, e o design de níveis continua insuperável. Sim, os controlos giroscópicos podem frustrar, e sim, o preço dói. Mas, mesmo com essas falhas, este pacote representa o auge de Mario em 3D. Foram incríveis em 2007 e 2010. Continuam incríveis hoje.
Nota: 10/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.







