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Jogos: Mostroscopy – Análise

Mostroscopy é um jogo cheio de personalidade, mas difícil de recomendar sem algumas reservas importantes.

Mostroscopy

Jogo: Mostroscopy
Disponível para: Nintendo Switch, PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series
Versão testada: PlayStation 4
Desenvolvedor: Oribe Ware Games
Editora: Oribe Ware Games

Mostroscopy

Num mar de jogos de luta modernos que perseguem a precisão dos esports ou o polimento cinematográfico, Mostroscopy segue um caminho totalmente diferente: troca os artistas marciais por luchadores e monstros clássicos de filmes antigos, elevando o fator de exagero ao máximo. Nota-se, desde cedo, que este título indie se inspira no encanto dos filmes de terror mexicanos dos anos 50 e combina isso com um esquema de controlos simplificado, pensado para ser acessível.

Para começar, a premissa é deliciosa. Dezasseis lutadores — incluindo nobres vampíricos, cowboys esqueléticos e enfermeiras-lobisomem — enfrentam-se em arenas espalhafatosamente estilizadas, inspiradas nos antigos filmes de série B. A direção artística abraça completamente o absurdo, com filtros de filme granulados, opções de palco a preto e branco, e cenas em estilo banda desenhada que evocam Tales from the Crypt mais do que qualquer coisa que se aproxime do polimento moderno.

Mostroscopy

Em termos de jogabilidade, Mostroscopy troca profundidade por simplicidade. O combate baseia-se apenas em dois botões — um para ataques normais e outro para golpes especiais. Os comandos variam consoante a direção pressionada, dando ao sistema uma sensação semelhante à de Super Smash Bros. Apesar do design reduzido, o jogo surpreende pela variedade, graças a combos específicos de cada personagem e ataques com tempo de carregamento. No entanto, as hitboxes podem parecer inconsistentes, e algumas animações carecem da fluidez esperada, mesmo em jogos indie.

O elenco, embora criativo, tem os seus problemas. Apenas dez personagens estão disponíveis de imediato, com duas bloqueadas por outros jogos. É uma barreira frustrante num pacote já algo limitado, especialmente quando essas personagens aparecem no modo história. Falando nisso, a campanha segue um modelo arcade, com fragmentos narrativos vagos — sem grande profundidade, mas suficientes para se encaixarem no tom geral.

Além disso, a ausência de multijogador online é um grande deslize. Jogos de luta vivem da competição e, sem uma comunidade online, resta apenas jogar localmente ou contra a IA. Pior ainda, algumas opções, como “dificuldade aleatória”, podem bloquear o jogo de forma não intencional.

Mostroscopy

Resta concluir que, para quem aprecia uma estética retro, design de personagens criativo e jogabilidade de baixa barreira, Mostroscopy tem um charme peculiar. Pode não estar pronto para torneios, mas é certamente um dos indies mais estranhos a subir ao ringue.

Nota: 5,5/10

António Moura

Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.

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