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Crítica – Halloween Mata

Halloween Mata

Michael Myers regressa em Halloween Mata para aquele que promete ser a continuação mais aterrorizante da saga. Mas será que cumpre? 

Quando em 2018 foi lançada a sequela do Halloween original, fiquei bastante surpreendido e feliz com a forma como David Gordon Green pegou numa história com 40 anos e que já viu bastantes continuações (algumas boas, outras menos boas e outras que nem fazem parte da linha temporal) e até um remake da parte de Rob Zombie, que já foi dividida em várias linhas de tempo e conseguiu fazer algo de novo que dizia de forma bastante explícita “esta é a continuação de Halloween que deveríamos já ter recebido à vários anos”. No entanto, é com muita pena minha que não consigo estar completamente de acordo com o que fizeram logo de seguida com Halloween Mata. 

Halloween Mata

Começamos o filme no mesmo minuto que acaba o primeiro, em que vemos Michael Myers finalmente a ser derrotado por Laurie Strode (interpretada pela já intemporal Jamie Lee Curtis. Tenho muito respeito pela interpretação de Scout Taylor-Compton no 1º remake do Rob Zombie, mas não consigo deixar de relacionar a personagem de Laurie a Jamie Lee Curtis). Mas como todos sabemos, Michael tem ali um bichinho ruim e acaba sempre por voltar, até de situações como esta. Está então o caos montado em Haddonfield com um maníaco (novamente) à solta nas ruas. Desta feita, quem vai tentar salvar o dia não é Laurie, que foi relegada ao estaleiro a maioria do filme por causa das feridas que susteve no filme anterior e recebe assim um menor número de cenas, mas que acabam por ter bastante impacto na narrativa, mas sim, Karen e Allyson, nomeadamente, a filha e a neta. Por um lado, concordo que Karen e Allyson recebam a sua grande oportunidade neste segundo filme, mas, ao mesmo tempo parece que descartaram Laurie durante a maioria do filme para criar uma justificação para um potencial confronto no terceiro filme que sairá para o ano, por volta desta altura. 

No entanto, as coisas pioram ainda mais quando temos que ver Tommy Doyle, Lindsey Wallace e Marion Chambers que regressam à narrativa, tendo os atores que protagonizaram as personagens no original (nomeadamente, Anthony Michael Hall, Kyle Richards e Nancy Stephens) e que voltaram a este para dar uma maior consistência à história. Porém, a maioria do tempo são completamente colocados na sombra por Lonnie Elam (Robert Longstreet) que se torna o líder da revolução que quer destruir Michael por completo, como se já ninguém tivesse tentado isso e falhado miseravelmente. Portanto, acabaram por trazer personagens do filme original para não servirem de nada, ou, de quase nada na narrativa, que se acaba por perder na frase “Evil dies tonight!” (que na versão portuguesa foi traduzida para “O Diabo morre esta noite!”, perdendo por completo o sentido da frase e da mitologia presente no nosso assassino de máscara branca do Capitão Kirk).  E acreditem quando vos digo que esta frase é repetida demasiadas vezes, perde o sentido a meio do filme e cria algumas das cenas mais brilhantes da película. 

Halloween Mata

No fundo, o quero dizer é que metade das personagens que aparecem no filme servem apenas para serem vítimas. Sim, este é o filme em que a contagem de corpos aumenta substancialmente e, para vos ser sincero, este que vos escreve desistiu de contar logo nos momentos iniciais da trama, já que abrimos em grande. Por falar em aberturas, gostava também de dizer que a banda sonora continua aterrorizante e a nova sequência de abertura é simplesmente deliciosa. 

Resta concluir que, Halloween Mata como “filme do meio” cumpre o seu propósito. Dá às mulheres da família Strode uma razão para voltarem a confrontar Myers, mas como filme separado dos outros todos é apenas um slasher banal com uma contagem de corpos estupidamente grande. 

Nota Final: 6/10 

Halloween Mata estreia a 21 de Outubro nas salas de cinema portuguesas 

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