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Comparando Top Gun (1986) e Top Gun: Maverick (2022):  Um olhar sobre duas gerações de aviação

O cinema mexe com todos há bastante tempo. Alguns filmes, inclusive, marcaram gerações. Em 1986, por exemplo, Top Gun Ases indomáveis chegou aos cinemas como uma verdadeira celebração da aviação militar. Com a direção de Tony Scott e o protagonismo de Tom Cruise, o filme ajudou a moldar a imagem de um piloto de caça como um verdadeiro herói moderno. Algumas boas décadas depois, em 2022, Top Gun: Maverick retomou essa narrativa com uma nova geração de pilotos e uma perspectiva diferente da aviação, abordando um mundo tecnologicamente mais avançado e complexo. Comparar os dois filmes é muito mais do que observar a evolução do cinema, mas, também, compreender de que forma a aviação militar evoluiu. Assim, é possível perceber e analisar de que forma o público respondeu e acompanhou estas mudanças. Confira mais sobre isso a seguir.

Top Gun
Top Gun: Ases Indomáveis

O espírito de cada época

Em 1986, o arquétipo do protagonista é o típico rebelde carismático – perfil comum para estrelas da época. Jovem, impulsivo e muito confiante, ele representa o espírito competitivo e audacioso, especialmente em uma época em que suas características representavam um símbolo grandioso de poder. Estes elementos, típicos das produções da época, se somaram a uma trilha sonora marcante, com cenas de voo espetaculares e bastante inovadoras para a época.

Já em Top Gun Maverick, o protagonista, ainda interpretado pelo astro Tom Cruise, retoma como um Maverick mais velho, mas muito fiel aos seus princípios. No longa, ele embarca em um universo da aviação já marcado por grandes evoluções. Essa tensão entre tradição e inovação acaba permeando o filme todo – característica que o torna ainda mais interessante.

Estética e tecnologia

Um dos aspectos mais notáveis que pode ser visualizado ao comparar os dois filmes é a evolução técnica. Enquanto o primeiro utilizou câmeras limitadas pela tecnologia da época, mas ainda assim conseguiu marcar época com suas tomadas aéreas eletrizantes, o longa de 2022 teve grandes recursos tecnológicos a seu favor. As cenas de Top Gun Maverick oferecem aos espectadores uma experiência cinematográfica imersiva, feita praticamente sob medida para os padrões modernos. 

Além disso, no novo longa, a trilha sonora, nostálgica, é complementada por uma sonoridade contemporânea que combina perfeitamente com o ritmo mais maduro do filme. Assim, ambos se complementam como grandes filmes da história do cinema, cada um tendo, a sua maneira, marcado a sua época

Universo da aviação no cinema

A figura de um piloto de caça era, nos anos 80, uma espécie de cowboy dos ares. O avião representava, portanto, uma extensão da masculinidade e os combates aéreos eram verdadeiros duelos. Já em Top Gun, isso permanece presente e o voo continua se mantendo como uma verdadeira afirmação de identidade. Em 2022, inclusive, a aviação é mostrada como ciência, estratégia e muita precisão. 

Mas não é apenas no cinema que a aviação teve destaque. No universo dos games, por exemplo, jogos constantemente abordam estas temáticas. Um exemplo disso é aviator online, um jogo online em que os usuários apostam no tempo de permanência de um avião na sua pista de decolagem. Quanto mais tempo o avião permanecer em voo, maior é a pontuação e o ganho do jogador.

Top Gun: Maverick
Top Gun: Maverick

Legado e emoção que marcaram épocas

Os componentes emocionais também são bastante profundos em ambos os filmes. A relação entre os personagens é marcada por momentos tocantes e servem como uma espécie de alívio para os momentos de adrenalina intensa. Em ambos os filmes, o envolvimento dos espectadores com os personagens é bastante frequente e, por isso, o filme acaba carregando uma multidão de fãs. Este legado vai muito além dos roteiros e narrativas, estendendo-se também para os personagens lendários.

Conclusão

Comparar os dois filmes, 1986 e 2022 é, no final das contas, comparar duas gerações – de espectadores e, também, de aviadores. Enquanto o primeiro é uma verdadeira ode à juventude, o segundo acaba homenageando a experiência e à transição para um mundo cada vez mais complexo, em que a tecnologia acaba redefinindo algumas regras. Ambos os títulos, porém, compartilham um mesmo propósito: a paixão pelo voo, pelos desafios e pela superação. Maverick, seja nos anos 80 ou nos anos 2000, continua sendo um símbolo que desafia limites, da gravidade, de autoridade e, é claro, do tempo.

Dário Mendes

Dário é um fã de cultura pop em geral mas de banda desenhada e cinema em particular. Orgulha-se de não se ter rendido (ainda) às redes sociais.

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