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Análise “Transformers”, por Daniel Warren Johnson

Esta é mais uma série espectacular que a Image Comics resolveu fazer um reboot e acertou em cheio no artista escolhido para dar aso à imaginação desta criação original da Hasbro.
 
Daniel Warren Johnson junto com Mike Spicer conseguem fazer uma nova versão de Transformers respeitando e muito, a história original, mas adaptando-a aos nossos tempos e dando uma tonalidade mais adulta e cruel que era deliciosamente disfarçada nos desenhos animados muito amados dos anos 80 e que fizeram as delícias de muitas crianças, onde eu me incluo, nas manhãs de sábado e domingo já na década de 19980, quando na TV só existiam quatro canais e acordávamos sem sono para ver os desenhos animados. 
 
 
A história reconta o que aconteceu por milhões de anos no planeta Cybertron, onde existem dois tipos de seres robôs, os Autobots, cientistas e pesquisadores e os Decepticons de natureza militar que se revoltam contra os primeiros de forma a conquistar o planeta.
 
Inicialmente os Autobots ganharam a guerra por conseguirem a habilidade de se transformarem em veículos, armas e objectos electrónicos mas assim que os Decepticons adquirem essa mesma habilidade, a batalha torna-se interminável por milhões de anos levando ao desgaste total de energia do planeta. Os Autobots enviam então uma nave de expedição em busca de planetas com energia para a sua sobrevivência mas são seguidos pelos Decepticons e obviamente, o planeta onde vão parar é a nossa Terra.
 
Transformers da Image Comics por Daniel Warren Johnson
 
Desta forma, a guerra continua na Terra com os Decepticons a tentar absorver todos os recursos terrestres, transformá-los numa energia pura chamada Energon sem respeito nenhum pelos humanos, enquanto os Autobots, liderados pelo seu Líder Optimus Prime tenta proteger a humanidade e destruir os vilões. Os autobots por norma transformam-se em veículos terrestres como carros, camiões,motas, e os decepticons voadores como aviões, helicópteros, etc.
 
Esta ideia de transformers, onde robôs se transformam em várias coisas como veículos e armas, foi criada originalmente para uma linha de brinquedos extremamente lucrativa e maravilhosa para miúdos e graúdos e que passa gerações infinitas, na medida em que é genial e de um desfrute e diversão garantido de entretenimento.
 
Voltando ao comic, temos um desenho absolutamente incrível e espetacular por parte de Johnson (Do a Powerbomb, Wonder Woman: Dead Earth) que encaixa que nem uma luva nesta criação, fazendo-o extremamente dinâmico e com uma ação sequencial orgânica, maravilhosamente bem executada, pois a história é feita de ação nonstop com muitas batalhas, confrontos, guerra e conflitos, cheios de explosões, devastação, destruição, lutas, combates épicos com armas diabólicas e sem quaisquer restrições nos danos colaterais.
 
Transformers da Image Comics por Daniel Warren Johnson
 
Os humanos são respeitados pelos bons, mas são criaturas frágeis e facilmente mortas pelos vilões sem escrúpulos, em especial por Starscream que na falta da presença inicial do famoso Megatron, assume o comando dos seus pares.
 
A forma como se dá a transformação dos robôs é extremamente satisfatória e o percorrer das vinhetas é visualmente perfeito, parecendo que estamos a ver os desenhos animados na televisão, mas com um conteúdo mais maduro e intenso.
 
A interação com os personagens humanos dá-se de uma forma muito fluída.  Contempla-se perfeitamente a ação de ritmo acelerado com a profundidade e caracterização emocional quer dos robôs quer dos humanos e cria-se empatia de uma forma muito rápida com os diferentes personagens, pois o desenvolvimento destes é cativante. Com recurso a saltos no tempo, Johnson, apresenta-nos não só a história e percurso de vida de alguns dos heróis como também de vilões, levando-nos a entender melhor as suas decisões. motivações e opções pessoais no decorrer da aventura.
 
Há um destaque fabuloso ao personagem de Optimus Prime que é o preferido de muitos fãs e que assume aqui o protagonismo desejado pois é o mais forte e corajoso Autobot que existe, e como já referi, a personagem Starscream dos Decepticons está muito bem trabalhada e aparece com uma história bem contada e um perfil cruelmente delicioso de saborear na trama. Interessante como, pelo menos para já, personagens queridos como Bumblebee ou o vigoroso Megatron não aparecem.
 
Na minha crítica a Do a powerbomb que podem ler no site, falei que Daniel Warren Johnson é um autor de assinatura demarcada. Facilmente se identifica o seu traço, pois tem características muito próprias e originais.
 
Transformers da Image Comics por Daniel Warren Johnson
 
Eu confesso que sou fã, o desenho é espectacular e tem tudo o que um verdadeiro comic americano deve ter, qualquer vinheta faz facilmente uma capa fantástica. Os cenários são excelentes e a criação dos ambientes e atmosferas transpiram toda a adrenalina da presença destes seres fantásticos e guerreiros. 
 
As cores garridas são perfeitas, o virtuosismo da coloração é sem sombra de dúvida também um destaque desta série. Há ainda um bónus desta franquia fazer um crossover com outra série fantástica que é o G.I. Joe, o que leva o leitor a procurar tudo o restante que vai misturar estes dois universos. 
 
Leitura recomendadíssima e altamente viciante, e que definitivamente é “more than meets the eye”, pois surpreende em todos os aspectos. 
 
Transformers é uma guloseima de sabor intenso para quem quer passar um bom bocado numa série cheia de ação e  emoções fortes. 
 
boas leituras

One thought on “Análise “Transformers”, por Daniel Warren Johnson

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