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Análise jogos: World Turtles

World Turtles
World Turtles

O Central Comics fez-se ao espaço às cavalitas de uma tartaruga. World Turtles: um city builder cheio de diversão… ou desilusão?

Sinopse de World Turtles

A Re: cOg Mission está a desenvolver World Turtles, um city builder distribuído pela Freedom Games, em que assumimos o controlo da civilização dos Meeps, umas simpáticas criaturas que habitam as costas de uma tartaruga enquanto esta atravessa a imensidão do espaço. A sobrevivência de todos depende, acima de tudo, de cooperação e simbiose, portanto, certifiquem-se de que se preparam bem, nem que tenham de meter a casa às costas… da tartaruga.

Casa às costas.

Análise de World Turtles

A Freedom Games teve a amabilidade de nos ceder um código para World Turtles, um jogo que promete um conceito completamente original nas descrições promocionais que acompanham o título. Há sempre aquele amigo que nos vem com a conversa «Ena pá! Acabei de descobrir uma criptomoeda nova que é brutal», sem se dar conta do oxímoro que acabou de regurgitar: «criptomoeda nova». Aquilo que senti ao ler a descrição de World Turtles não foi tão gritante, mas foi semelhante. O conceito de city builder em movimento, mais especificamente, às costas de uma criatura não é — lamento dizer — novo, e até já vimos algo bem parecido aqui no Central Comics, em The Wandering Village. Está aqui a primeira falha do jogo: a sua apresentação. Mas como nada tenho contra versões diferentes do mesmo conceito nem mesmo contra clones, visto que o que importa é se me divertem, vamos lá ver como é World Turtles.

Qual é o caminho?

História de World Turtles

Não podemos propriamente falar numa história, já que não encontrei nenhuma. O conceito de World Turtles é mesmo esse: há umas tartarugas que voam pelo espaço e levam às costas uns seres chamados Meeps que tentam erguer uma civilização capaz de garantir tanto a própria sobrevivência, como a do simpático réptil. Os diálogos e as interpretações de vozes também não me impressionaram. Não dou pontos por isto, pelo que refiro acima.

Como viemos aqui parar?

Jogabilidade de World Turtles

Aqui, sim, World Turtles teve em mim o efeito que teria a história das criptomoedas se o tal amigo acrescentasse «e basta comprar 1 € desta criptmoeda para ter direito a participar numa festa da espuma com o elenco completo de Game of Thrones» — falem-me mais sobre isso, por favor! Com uma mecânica de The Settlers, mas com mais personalização de cada indivíduo, a coisa promete ainda mais com um mundo dinâmico que vai alterando condições meteorológicas e de poluição. Além disso, a forma de pesquisar novas tecnologias também tenta divergir da norma, sendo que cada edifício pode ser responsável pelos seus próprios desenvolvimentos ou pode contribuir para um desenvolvimento concertado, num equilíbrio que temos de encontrar entre força laboral e desenvolvimento tecnológico. Até aqui, tudo bem… mas é então que começamos a escavar um bocadinho mais e percebemos que ainda está tudo muito superficial, confuso e pouco intuitivo, mesmo com o pouco conteúdo disponível. O tutorial também não ajuda. Há potencial, mas falta concretizá-lo melhor.

O potencial está lá.

Gráficos e som de World Turtles

Não é um jogo feio, mas World Turtles também não me impressionou em nenhum destes campos. A IU tem de ser melhorada e o mundo, na minha opinião, podia transmitir a ideia de ser mais vivo, ou dinâmico. Tive sempre a sensação de me encontrar num cenário e nunca consegui mergulhar verdadeiramente no universo que me era proposto. Estava sempre a jogar de fora sem prestar grande atenção ao que estava a acontecer, como quando a minha namorada me explica por que razão é importante separar as molas da roupa por gradiente de cores, mas eu só consigo pensar na festa da espuma com o elenco completo de Game of Thrones

Um mundo vazio.

Postas de pescada e um par de botas

Enfim, o acesso antecipado é assim. Por vezes, deparamo-nos com verdadeiros achados que já nos proporcionam umas boas horas de diversão de alta qualidade. Outras vezes, com autênticos flops que fazem soar os alarmes de falcatrua. Mas também há muitas vezes em que nos cruzamos com um conceito que nos deixa água na boca, mas com uma concretização que nos desilude bastante. É esta a categoria em que encaixo World Turtles. Na minha opinião, ainda não é um jogo pronto para apresentar ao público fora de uma fase alfa ou beta fechado. Contudo, a Freedom Games cobra dinheiro pela experiência, logo, World Turtles está sujeito à minha classificação.

Um projeto em construção.

+++

Potencial da jogabilidade. A execução ainda não é perfeita, mas as ideias são empolgantes.

Estado de desenvolvimento do jogo. Há um longo e tortuoso caminho a percorrer para chegar aonde o jogo merece estar.

Classificação: 4,5/10

Não há muito mais a acrescentar. World Turtles tem bom potencial para se tornar um city builder sólido e de qualidade, mas ainda falta concretizar esse potencial. No ponto em que estamos, adivinho vários anos de desenvolvimento até lá chegar.

Comecei por escrever 5/10 na classificação, mas, depois, fui confirmar o preço de venda e verifiquei que o jogo está disponível no Steam por 19,99 €. Não! Metade disto já seria esticar a corda para o estado em que o jogo se encontra.

Para terminar, fica a dica indispensável: se, entretanto, acharem um city builder às costas de uma lebre, apostem nesse porque este tem mesmo um longo caminho pela frente e bem podem esperar sentados.

Plataforma testada: PC

Trailer de World Turtles:

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