Schedule I — mais viciante do que droga!

O Central Comics mergulhou no submundo do narcotráfico em Schedule I e descobriu que o maior vício pode não ser a própria droga, mas tudo o resto.

Jogo: Schedule I

Disponível para: PC

Plataforma testada: PC

Estúdio: TVGS

Editora: TVGS

Sinopse de Schedule I

Começa como criminoso insignificante e trafica o teu percurso até te tornares no maior barão da droga em Hyland Point. Pelo caminho, descobre as preferências dos teus clientes e cria uma miríade de diferentes variantes de drogas para as satisfazer, enquanto compras negócios e propriedades para expandir o teu império.

Schedule I é um hilariante jogo de simulação de vida desenvolvido e distribuído pela TVGS.

Análise TLDR de Schedule I

Os jogos de simulação de vida e gestão abundam, desde gestão de supermercados e postos de gasolina, até vender casas e ver calhaus durante séculos (nope, não estou a brincar – aqui está a prova). Muito menos é o tema do narcotráfico original. Porém, a simplicidade, a diversidade e, acima de tudo, o humor conferido à jogabilidade de Sechedule I, fazem deste jogo uma pérola que se destaca num mar cada vez mais banal.

Schedule I seguramente não faz tão mal como as drogas sintéticas, mas consegue ser tão ou mais divertido.

História de Schedule I

Em Schedule I, vestimos a pele de um jovem narcotraficante que vive no interior com o seu tio, Nelson. Embora sejamos insignificantes no meio criminoso, o nosso tio parece já ter boa experiência acumulada nas pernas – talvez tenha sido isso a pô-lo numa cadeira de rodas. No início do jogo, Nelson mete-se em sérios apuros com as autoridades e nós somos obrigados a fugir do rancho onde vivemos e a ir para a cidade, onde começamos de novo… a traficar droga!

Para isto, contamos com a ajuda do nosso tio que, embora esteja detido, continua bem disponível para nos orientar na nossa carreira de narcotraficantes.

Jogabilidade de Schedule I

Schedule I joga-se como qualquer outro simulador de vida ou emprego e gestão: temos de cumprir uma série de tarefas para realizar o nosso trabalho e ganhar dinheiro suficiente para comprar novos recursos e materiais que nos permitem expandir a nossa operação. Contudo, além do excelente humor pateta que destaca este título, Schedule I acrescenta um divertido elemento de exploração através do fabrico que mantém a experiência de jogo fresca e divertida.

Começamos por ter de adquirir matérias-primas para cultivar ou fabricar os elementos de que precisamos (como sementes, solo, luzes, fósforo, pseudo, etc.) para criar as drogas que vamos vender (marijuana, metanfetaminas e cocaína).

Depois disto, cabe-nos encontrar clientes, e fazêmo-lo ao oferecer-lhes uma amostra do nosso produto. Mas as coisas não são assim tão simples, já que, para isso, temos de criar produtos de acordo com as preferências dos nossos potenciais clientes, e este é um loop muito divertido porque nos incentiva a explorar, enquanto temos de manter a nossa operação rentável.

Finalmente, não só com os lucros da nossa atividade, mas também com a reputação que nos permite subir de nível, expandimos a nossa operação através de materiais, propriedades, veículos, ferramentas, novos clientes, novas zonas, etc.

Tenho de referir também o hilariante pormenor de que podemos observar diretamente os efeitos das nossas drogas nos nossos clientes e até em nós próprios, por exemplo, se criarmos uma erva com efeito picante, ficamos com o cabelo em chamas, se for metanfetaminas com efeito antigravidade, voamos, e por aí em diante. Excelente!

Gráficos e som de Schedule I

Os gráficos de Schedule I são simples, mas muito bem executados, já que transmitem a atmosfera do jogo na perfeição e marcam o tom despreocupado do jogo que tanto me fez rir.

Os sons seguem a mesma lógica, com efeitos sonoros patetas. Já a música sugere um tom mais «gangster» e, na minha opinião, apresenta uma mistura perfeita que nos confirma que este é um jogo que não deve ser levado a sério.

Postas de pescada e um par de botas

Certo dia, alguém me disse: «Não percebo porque é que perdes tempo com videojogos, quando te podes dedicar ao jogo mais interessante de todos: a vida». Se bem que isto soa bem à primeira, a minha resposta seria muito simples: porque na vida eu não estou interessado em assumir o papel de um traficante de droga sem qualquer tipo de empatia pelo próximo e os videojogos permitem-me experimentar as fantasias mais ridículas e inimagináveis. E é isso mesmo que Schedule I é: um jogo pateta que nos permite viver uma fantasia tão irresponsável como hilariante, sem qualquer tipo de consequência para os que nos rodeiam. Trata-se de uma experiência que não se leva a sério e ajuda-nos a rir um pouco nestes tempos de tarifas, guerras e ideologias extremas.

Schedule I é um balão de oxigénio que se destaca num espaço que já começa a ficar demasiado saturado, o dos jogos de simulação de vida. Recomendo sem hesitação.

+++

Humor, jogabilidade e exploração.

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A cidade podia ter um bocadinho mais de vida, alguns bugs menores.

Classificação: 8,5/10

Este é um jogo que me divertiu bastante e vale cada cêntimo do preço pedido.

Schedule I está disponível no Steam a 19,50 €.

Para terminar, fica a dica indispensável: ao contrário do que te possam fazer querer acreditar, fumar um charro não faz de ti o Pablo Escobar, mas traficar droga também não faz de ti o Warren Buffett.

Gameplay Schedule I: