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Jogos: TRON: Catalyst – Análise

TRON: Catalyst utiliza estilo em detrimento de substância na Fronteira Digital.

TRON: Catalyst

Jogo: TRON: Catalyst
Disponível para: PC, Nintendo Switch, PlayStation 5, Xbox Series
Versão testada: PlayStation 5
Desenvolvedor: Bithell Games
Editora: Big Fan Games, Devolver Digital

TRON: Catalyst
TRON: Catalyst entra na Rede com uma premissa entusiasmante: uma conspiração política que se desenrola no luminoso Arq Grid, enquanto o protagonista Exo fica preso num loop temporal que promete profundidade narrativa. É uma ideia cheia de potencial, especialmente dentro do universo digital e estilizado que os fãs de TRON tanto apreciam. Infelizmente, apesar de o jogo brilhar visualmente e estabelecer um cenário promissor, tem dificuldades em concretizar as suas ideias mais ambiciosas.

Comecemos pelos pontos positivos: a estética é puro TRON. Desde circuitos reluzentes até estruturas de dados imponentes, Catalyst acerta em cheio no visual. Locais como Vertical Slice e os inquietantes Outlands destacam-se, proporcionando um forte sentido de lugar. A duração de 10 a 12 horas mantém o ritmo fluido, e a estrutura simplificada do jogo poderá ser ideal para jogadores ocasionais ou fãs da franquia à procura de uma experiência acessível.

TRON: Catalyst

Mas, ao ultrapassar o brilho visual, os defeitos tornam-se evidentes. O combate é um ponto fraco constante — desajeitado, repetitivo e com pouca profundidade estratégica. Habilidades demasiado poderosas, como uma habilidade defensiva que elimina instantaneamente os inimigos, retiram qualquer desafio, enquanto a inteligência artificial dos adversários frequentemente parece avariada. As secções furtivas e os segmentos com veículos, incluindo a icónica light cycle, estão pouco desenvolvidos e parecem cumprir apenas uma função de preenchimento, sem entusiasmo real.

A mecânica do loop temporal, que se apresenta como uma característica central, raramente cumpre o que promete. É altamente roteirizada e limita a experimentação, reduzindo o que poderia ser um elemento engenhoso de jogabilidade a um mero botão de reinício. A dobragem vocal também é inconsistente; personagens secundárias acabam por sobressair em relação ao esquecível Exo, apesar de um design visual competente e ocasionais momentos de bom diálogo.

A narrativa também não se sai melhor — o que começa com intriga depressa se torna confuso. A história perde força no ato final, com um desfecho que soa mais a um suspiro do que a um clímax. Junta-se a isto uma banda sonora esquecível, que falha em acompanhar o legado musical da série, e o ambiente acaba por transmitir uma sensação de vazio inesperado.

TRON: Catalyst

TRON: Catalyst é elegante, mas superficial. Um cenário estilizado e ideias interessantes são prejudicados por mecânicas pouco trabalhadas e uma história errante. Para os fãs mais fervorosos de TRON, poderá ainda ter algum valor — mas para a maioria dos jogadores, esta viagem à Rede será mais estática do que eletrizante.

Nota: 6/10

António Moura

Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.

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