Jogos: Totally Spies!: Cyber Mission – Análise
Totally Spies!: Cyber Mission tenta apelar à nostalgia, enquanto falha no resto.
Jogo: Totally Spies!: Cyber Mission
Disponível para: PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series
Versão testada: Nintendo Switch
Desenvolvedor: Balio Studio
Editora: Microids
Para aqueles que se lembram de Totally Spies! como um marco dos desenhos animados dos anos 2000—uma mistura divertida de Charlie’s Angels e drama adolescente—Cyber Mission é uma viagem nostálgica que falha em atingir o seu objetivo.
Totally Spies!: Cyber Mission coloca o icónico trio—Sam, Clover e Alex—num novo cenário em Singapura, embora seja difícil perceber. Os ambientes do jogo são insípidos e desprovidos de personalidade, desperdiçando o potencial de um tema vibrante e focado em espionagem. A visão isométrica, aliada à limitada interatividade, cria uma atmosfera estéril que parece pertencer a uma época ultrapassada.
Apesar de tentar replicar o formato episódico da série com missões independentes, Cyber Mission torna-se rapidamente monótono. Cada missão resume-se a percorrer níveis genéricos, evitar guardas e resolver puzzles rudimentares. O principal truque—cada espiã tem gadgets únicos, como um spray congelante ou ferramentas de hacking—sente-se subaproveitado e, por vezes, ridículo. Alex caminhar silenciosamente sobre poças de água com botas especiais, por exemplo, parece cómico num jogo sobre espionagem internacional.
Em teoria, o jogo brilha no modo cooperativo local, com até três jogadores a controlarem as espiãs em simultâneo. Na prática, convencer amigos a juntar-se a esta aventura de aspeto retro é um grande desafio. Jogar sozinho, por outro lado, é um verdadeiro tormento. Alternar manualmente entre personagens para completar puzzles e atravessar níveis transforma as missões em tarefas repetitivas e cansativas. Pior ainda, a ausência de companheiras controladas pela IA obriga-te a repetir as mesmas ações três vezes.
A inteligência artificial dos inimigos é pouco desafiadora, permitindo frequentemente que passes despercebido ou cometas erros sem grandes consequências. Isto enfraquece a jogabilidade furtiva, deixando pouco espaço para estratégia ou envolvimento. Combinado com controlos pouco responsivos, que frequentemente arruinam momentos críticos, o jogo torna-se frustrante em vez de recompensador.
Graficamente, Cyber Mission está preso no passado. Os modelos das personagens e as animações lembram um jogo de PS2 antigo, o que pode ser encantador para fãs de estética retro, mas afasta quem espera mais polimento. A sincronização labial e as animações das cutscenes são desajeitadas, prejudicando ainda mais a imersão. O jogo também sofre de quebras frequentes na taxa de frames na Nintendo Switch, algo inaceitável para um jogo tão simples.
No entanto, a dobragem é um raro ponto positivo. As personalidades distintas das espiãs brilham nos diálogos, e a banda sonora consegue evocar um espírito leve de espionagem. Infelizmente, estes momentos positivos perdem-se no meio de falhas técnicas e de design.
Resta concluir que, Totally Spies!: Cyber Mission tem momentos ocasionais de charme, especialmente para os fãs nostálgicos da série. O formato episódico e as referências aos gadgets e humor da série mostram o potencial do jogo. No entanto, mesmo os fãs mais dedicados terão dificuldade em ignorar a jogabilidade desajeitada, os visuais sem brilho e o design repetitivo das missões.
Nota: 3/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.