Jogos: Sorry We’re Closed – Análise
Sorry, We’re Closed abraça as origens do survival horror ao mesmo tempo que esculpe o seu próprio espaço.
Jogo: Sorry, We’re Closed
Disponível para: PC, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series
Versão testada: Nintendo Switch
Desenvolvedor: à la mode games
Editora: Akupara Games
A história acompanha Michelle, uma jovem que acorda certa noite e descobre estar amaldiçoada por The Duchess, uma arquidemónia poderosa e obsessiva. Com apenas alguns dias até que a maldição a consuma por completo, Michelle tem de navegar pelas fronteiras difusas entre a realidade e o sobrenatural, usando a sua recém-adquirida habilidade—o Terceiro Olho—para revelar verdades ocultas e enfrentar criaturas aterradoras.
A narrativa combina terror psicológico com fantasia urbana, situando-se num pequeno bairro de Londres que ganha vida através de personagens peculiares e interações sociais. Embora os jogos de survival horror tendam a enfatizar a solidão, Sorry, We’re Closed permite que os jogadores construam relações e realizem tarefas opcionais que influenciam os múltiplos finais do jogo. Esta vertente social acrescenta uma camada emocional única, tornando a jornada de Michelle mais pessoal e profundamente interligada com aqueles que a rodeiam.
A jogabilidade é uma carta de amor às mecânicas clássicas do survival horror, mas com um toque próprio. Os ângulos de câmara fixos, a resolução de puzzles e a tensa gestão de recursos farão as delícias dos veteranos do género, mas o combate introduz uma reviravolta interessante. Em vez de depender apenas de mecânicas na terceira pessoa, Michelle tem de alternar para uma perspetiva na primeira pessoa para enfrentar inimigos, apontando para os seus pontos fracos em constante mudança com o Terceiro Olho. Dominar esta mecânica é essencial, pois tiros certeiros ativam a estilosa e poderosa habilidade Heartbreaker, capaz de eliminar inimigos num único golpe.
Visualmente, Sorry, We’re Closed é deslumbrante. A estética inspirada na era da PlayStation 1 é misturada com toques de néon, criando uma atmosfera onírica e surreal que transita fluidamente entre o real e o demoníaco. As transformações das personagens sob a influência do Terceiro Olho são particularmente impressionantes—ver pessoas aparentemente normais metamorfosearem-se em formas demoníacas confere um charme perturbador ao mundo do jogo.
A banda sonora eleva ainda mais a experiência, desde as melodias sombrias dos cenários sociais até aos temas intensos de batalha que acompanham os confrontos contra bosses. Cada luta contra um boss tem um estilo único, com sequências cinematográficas marcantes e padrões de ataque distintos que mantêm os jogadores em alerta.
No entanto, nem tudo são rosas, e Sorry, We’re Closed tem algumas falhas. A ausência de vozes é notória, especialmente tendo em conta a riqueza das interações entre personagens. Embora os diálogos em texto funcionem bem, um elenco de dobragem poderia ter elevado a experiência a outro nível. Além disso, o jogo corre a 30 fps na Switch, em comparação com os 60 fps no PC, o que pode ser um fator a considerar para quem for mais sensível a diferenças de desempenho.
Resta concluir que Sorry, We’re Closed é um título obrigatório para os fãs de survival horror. Conjuga os melhores elementos dos clássicos do género com um toque moderno e inovador, criando uma experiência tão estilosa quanto inquietante.
Nota: 8,5/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.