Jogos: Hot Blood – Análise
Hot Blood, embora acerte no aspeto retro, luta para oferecer uma experiência consistentemente envolvente.
Por este andar já todos sabemos da minha relação com a empresa que publicou Hot Blood, a EastasiaSoft volta e meia consegue oferecer alguns jogos interessantes mas, a maioria das vezes, falha completamente no seu objetivo.
Um dos pontos mais fortes de Hot Blood é a sua direção artística. A arte pixelada em 3D do jogo e a atenção ao detalhe no design dos personagens, inimigos e níveis evoca memórias de clássicos retro adorados. Seja o piscar das luzes de néon numa paisagem urbana movimentada ou o brilho inquietante de cavernas subterrâneas, Hot Blood acerta na estética visual, apelando aos fãs dos jogos antigos.
O design sonoro complementa o estilo visual com música inspirada em chiptune, o que reforça ainda mais a sensação retro. A banda sonora é cativante, embora por vezes falte variedade, e os efeitos sonoros, apesar de funcionais, não deixam uma impressão duradoura.
A jogabilidade de Hot Blood é onde começam a surgir as falhas na sua aparência nostálgica. O jogo mistura elementos de ação e plataformas com mecânicas de beat ’em up, oferecendo uma experiência frenética e focada no combate. Em teoria, isso soa como uma combinação vencedora, mas na execução, muitas vezes deixa a desejar.
O combate em Hot Blood é implacável, com uma curva de dificuldade acentuada que pode parecer mais punitiva do que gratificante. Os controlos, embora responsivos, podem ser imprecisos em momentos críticos, levando a mortes frustrantes que parecem injustas em vez de desafiadoras. Os segmentos de plataformas são igualmente inconsistentes, com alguns níveis oferecendo desafios bem desenhados, enquanto outros se mostram excessivamente punitivos ou mal concebidos.
A variedade de inimigos e bosses evita que a jogabilidade se torne demasiado repetitiva, mas a falta de pontos de controlo e a dificuldade à moda antiga podem fazer com que a progressão pareça mais uma tarefa árdua do que uma emoção. Para alguns, isso pode evocar o tipo de experiência “hardcore” que procuram, mas para muitos, será uma fonte de frustração.
Hot Blood não oferece uma grande quantidade de conteúdo além da sua campanha principal. Os níveis, embora variados no design, não oferecem muito em termos de rejogabilidade. Não há modos adicionais, desafios ou desbloqueáveis que incentivem os jogadores a voltar após completar a história principal. Esta falta de conteúdo é uma desvantagem significativa, especialmente numa era em que mesmo os jogos com inspiração retro costumam incluir uma grande quantidade de conteúdo adicional para manter os jogadores envolvidos.
Para concluir, Hot Blood é um jogo que provavelmente atrairá um público de nicho—aqueles que têm um amor profundo pela estética retro e pela dificuldade punitiva dos jogos antigos. O seu estilo visual e design sonoro são características de destaque, mas a jogabilidade inconsistente, a falta de profundidade e a dificuldade excessivamente punitiva tornam difícil recomendá-lo a um público mais amplo.
Nota: 4/10
Hot Blood está disponível para PC, Nintendo Switch, PlayStation 4 e PlayStation 5 (versão jogada)
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.