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Cinema: Crítica – Mogli: A Lenda da Selva (Netflix)

6 anos após ter sido anunciado, chega-nos finalmente a versão sombria de Mogli – A Lenda da Selva. Um filme que reúne um elenco excecional, realizado pelo consagrado em motion capture Andy Serkis e promete trazer uma nova abordagem ao jovem selvagem.

Inicialmente, Mogli – A Lenda da Selva, iria ser realizado por Steve Kloves (argumentista da saga Harry Potter), tendo cancelado, seguindo-se de Gozález Iñarritu, realizador de Birdman e The Revenant, seguido de Ron Howard (Han Solo) e por fim, Andy Serkis que se encarregou de realizar, produzir e encarnar o papel de Baloo no filme. Esta nova abordagem mais obscura e violenta, conta a lenda de Mogli (Rohan Chand), uma cria de humano encontrado por uma alcateia cuja decide torná-lo parte da família até este estar pronto para o grande teste da corrida. No entanto, o terrível tigre Shere Khan (Bennedict Cumberbatch) opõe-se, fazendo o possível para atrair a atenção do ser humano para a selva e pôr todos os animais em perigo. Mogli terá de descobrir o seu passado e combater contra Khan com o auxílio da sua família canina, os amigos Baloo e Bagheera (Christian Bale) e a pitão vidente, Kaa (Cate Blanchett).

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Com um elenco tão execional e vários anos de produção o filme não tinha nada por onde falhar, no entanto, tal não acontece. Todo o elenco consegue de facto tornar as personagens adoráveis ou temíveis. Baloo e Bagheera são os animais com o melhor desenvolvimento psicológico, tendo Khan também o seu fascínio pessoal. Porém, Andy Serkis não nos traz uma obra com os efeitos especiais brilhantes com que nos tem habituado. De um momento para o outro a qualidade dos mesmos modifica-se e nota-se a clara distância técnica entre o plano de fundo e os animais ou até mesmo com o protagonista Mogli. É de realçar a belíssima fotografia do filme, dobragem e capacidade do jovem ator de atuar com os atores em motion capture, no entanto, a escolha de colocar as feições reais dos atores nos próprios animais é duvidosa e não atinge a perfeição desejada. Eventualmente, os olhos dos espetadores terão de se habituar e o elenco consegue cobrir a estranha animação.

Quanto à história, Mogli não possui um grande desenvolvimento pessoal, sendo o grande foco do filme em salvar a selva do tigre Khan. O passado do protagonista não é explicado, nem mesmo quando o vilão menciona “vou-te matar como fiz com a tua família”. O único interesse do enredo é que Mogli aprenda que nem é um lobo, nem um homem, mas uma figura especial com o objetivo de salvar a sua família animal, sejam lobos, ursos, panteras, etc. Existe ainda a tentativa de abordar a cultura e linguística quando Mogli conhece a civilização humana, mas que é rapidamente afastada com a introdução de um novo vilão, um homem desprezível que mata por diversão, sendo um tema altamente importante desde o início da Humanidade. Porém, é inserido de um modo demasiado apressado e rapidamente ocultado ao regressarmos para o grande vilão, Khan.

Por fim, o filme arrisca eficientemente no fator choque ao expor cenas violentas e twists em algumas personagens inocentes, no entanto, não é o suficiente para o tornar memorável devido ao modo acelerado das suas ações e fraco uso do seu elenco de luxo.

  • Mogli – A Lenda da Selva estreou a 7 de dezembro no Netflix

5/10

Tiago Ferreira

One thought on “Cinema: Crítica – Mogli: A Lenda da Selva (Netflix)

  1. Esse na minha opinião foi a melhor versão lançada até hoje, foi superior a de 2016 por ser
    mais sombria a outra foi mais infantil.

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