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Cinema Português no Festival de Cannes

O Festival de Cinema de Cannes, que começa hoje no sul de França, conta com várias produções e coproduções com assinatura portuguesa nas secções competitivas e programas paralelos do festival francês, que decorre até 27 de maio.

O cartaz da Quinzaine des Cinéastes, mostra paralela ao Festival de Cannes, é uma homenagem ao filme que estreou há 30 anos.

 

A longa-metragem “A Flor do Buriti”, do português João Salaviza e da brasileira Renée Nader Messora, foi selecionada para a secção Un Certain Regard do Festival Internacional de Cinema de Cannes. Esta é a segunda longa-metragem dos dois realizadores filmada na terra indígena de Kraholândia, no Brasil. Atravessa os últimos 80 anos dos Krahô, dando a conhecer um massacre ocorrido em 1940, perpetrado por dois fazendeiros da região, onde morreram dezenas de nativos. A obra mostra como a violência praticada naquele momento continua a ecoar na memória das novas gerações.

A Flor do Buriti
A Flor do Buriti


As Filhas do Fogo”, de Pedro Costa, primeira produção da Clarão Companhia, irá integrar a Seleção Oficial Fora de Competição. Trata-se de uma curta-metragem interpretada pelas cantoras Elizabeth Pinard, Alice Costa e Karyna Gomes e o maestro e cravista Marcos Magalhães dirige Os Músicos do Tejo. De acordo com a sinopse, “três irmãs são separadas pelo vulcão do fogo mas cantam: um dia saberemos porque vivemos e porque sofremos”. Esta será a quinta presença de Pedro Costa neste festival.

Légua”, longa-metragem realizada por Filipa Reis e João Miller Guerra, vai ter estreia mundial na 55ª Quinzaine des Cinéastes do Festival de Cannes. O filme conta com Carla Maciel, Fátima Soares e Vitória Nogueira da Silva nos papéis principais. É produzido pela Uma Pedra no Sapato, em coprodução com a Laranja Azul, KG Productions (França) e Stayblack Productions (Itália). A ação do filme decorre numa antiga casa senhorial no norte de Portugal onde Ana ajuda a sua amiga Emília, a velha governanta determinada em cuidar do casarão desocupado pelos donos que nunca lá vão. Mónica, filha de Ana, desafia as escolhas da mãe e estas três gerações de mulheres procuram compreender o seu lugar num mundo que se desvanece.

As Filhas do Fogo
As Filhas do Fogo


Três coproduções portuguesas vão estar no programa de residências “La Factory des Cinéastes”, da Quinzena. Depois de três anos de interrupção, o programa é retomado e a produtora portuguesa Bando à Parte juntamente com a francesa DW Production, de Dominique Welinski, para coordenar a programação de Portugal a Norte. Desta parceria resultaram 3 curtas-metragens cocriadas e correalizadas, por André Guiomar, Mário Macedo, e Mariana Bártolo, em colaboração com Mya Kaplan (Israel), Dornaz Hajiha (Irão), e Guillermo Garcia Lopez (Espanha) respetivamente. As 3 curtas-metragens são exibidas a 17 de maio, dia da abertura da 55.ª edição da Quinzaine des Cinéastes.

Nesta secção haverá ainda numa sessão especial com o filme “Vale Abraão”, de Manoel de Oliveira, que completa 30 anos, e o próprio o cartaz do programa mostra a imagem da atriz Leonor Silveira, protagonista deste clássico do cinema português.
Corpos Cintilantes“, a primeira obra de Inês Teixeira, vai integrar a seleção oficial da Semaine de la Critique. A curta-metragem, produzida pela Terratreme Filmes, explora um momento particular na vida de Mariana, uma jovem de 16 anos (Maria Abreu), que recebe um inesperado e desconcertante convite para passar um fim-de-semana em casa de um colega (Gaspar Menezes), e começa a olhar para ele de outra forma. O desejo é o motor da progressão narrativa, convidando o espetador a adotar a perspetiva de Mariana e a participar no jogo de sedução e adivinhação.

Corpos Cintilantes
Corpos Cintilantes


Por fim, “Nome“, do cineasta da Guiné-Bissau Sana Na N’Hada, foi selecionado para a seção ACID. Esta longa-metragem é uma coprodução da Guiné-Bissau, França, Angola e a produtora portuguesa LX Filmes. A história passa-se em 1969, durante a guerra colonial e retrata o confronto entre o exército português e os guerrilheiros do partido africano para a Independência da Guiné. Nome, o protagonista, deixa sua aldeia e junta-se aos guerrilheiros do PAIGC. Anos depois, ele regressa como um herói, mas a alegria logo dará lugar à amargura e ao cinismo.

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