Cinema: Crítica – Thunderbolts*
Os Thunderbolts fazem a sua chocante chegada aos cinemas!
Heróis clandestinos ao serviço de Valentina Alegra de Fontaine, são chamados para uma misteriosa missão, mas é ao conhecerem Bob que juntos começam a desvendar um plano sinistro…

Embora Thunderbolts* não seja o filme da Marvel que mais TPC exige, é dos que pede a checklist mais esotérica, de Viúva Negra a Homem-Formiga e a Vespa, com um pulo pelo Disney+ para ver O Falcão e o Soldado do Inverno, este elenco é tão variado quanto é interessante.
O filme pega no conceito da concorrência, vulgo The Suicide Squad, mas troca os vilões por um plantel de heróis secundários (não me crucifiquem, eu também gosto do Bucky) para um confronto para o qual não estão preparados de todo.
E no entanto falta qualquer coisa que me anda a remoer desde que saí da sala de cinema…
Não acho que seja necessariamente uma questão de qualidade, mas sim de consistência.
A história base é excelente, embora se torne previsível pelo filme fora. Os atores são bons, mas por vezes mal servidos pelo guião.
Visualmente é um filme bastante saturado. No colorido universo Marvel não fica necessariamente mal, e até combina com o tom do filme, mas senti que se trocou a cor pelos cinzas e beges, o que acabou por tirar algum impacto visual às grandes setpieces.

A fotografia não é especialmente criativa, mas também não deixa queixas. Não tenho dedos a apontar à pós-produção, embora alguns efeitos sejam menos convincentes. (Prováveis vítimas de crunch).
Resta-me só então o diálogo, e acho que é provavelmente este o nosso culpado, muito como o é na vasta maioria dos restantes filmes do UCM.
E aponto o dedo principalmente ao Guardião Vermelho de David Harbour.
Piadas e piadas, mais do mesmo. Pontuadas com genuínos momentos de emoção bem interpretados, é certo, mas que sabem a potencial mal aproveitado.

Ainda no tema do elenco, Bob e Yelena são os grandes destaques. Boas e curiosas interpretações, ambos personagens com interessantes viagens de crescimento e aceitação. Bucky, por sua vez, parece estar presente na história por obrigação, o que não lhe fica necessariamente mal, mas é bastante estranho vê-lo tão afastado do núcleo emocional da história, até porque em muitos momentos podia ter tido um papel mais ativo.
Ghost é uma inclusão bastante interessante e vemos algum crescimento pelo filme fora. Só peca pela falta de tempo no ecrã.
Quanto à Taskmaster, aparece pouco no material publicitário por bom motivo, mas no âmbito de salvaguardar o leitor de eventuais spoilers, vou optar por manter o silêncio e dizer apenas que teria feito muita coisa diferente com esta personagem.

A ideia de pegar em amigos improváveis para contar intensas e divertidas histórias de ação não é novidade, aliás foi o que a Marvel fez em 2012 com os seus Vingadores, contudo é a mensagem que dá o valor a este filme: “ninguém é perfeito, mas juntos somos melhores”
Em geral acho que é o filme que se esperava, e isso não é nada mau, mas é também cada vez mais evidente que a aposta da Marvel para 2025 vai ser algo Fantástico.
Sem dúvida uma divertida aventura no universo Marvel, e daqui a uns anos ainda há de se tornar uma das minhas favoritas, mas os diálogos precisam mesmo de trabalho, e o final deixa algo a desejar…
7/10
Henrique V.Correia
Jovem dos 7 ofícios com uma paixão enorme por tudo o que lhe ocupe tempo.
Jedi aos fins-de-semana!