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Cinema: Crítica – Pecadores

O regresso de Ryan Coogler e Michael B. Jordan ao grande ecrã, vem na forma de Pecadores, um filme de género que explora um Estados Unidos ainda em construção, com algumas surpresas.

Ryan Coogler tem desfrutado de uma carreira ascendente no sucesso das suas obras. Desde Fruitvale Station – A Última Paragem, o cineasta tem feito as rondas ao ressuscitar Rocky com um protegido, em Creed – e as respectivas sequelas -, e depois transitou para o universo da Marvel com Black Panther, cimentando assim o seu nome como uma das grandes referências em praticamente uma década. Agora, este dá os seus primeiros passos no cinema de género com Pecadores.

Pecadores

Quando os gémeos Smoke e Stack (Michael B. Jordan, a fazer papel duplo) regressam à sua cidade-natal, para recomeçarem as suas vidas, estes vêem-se forçados a confrontar uma situação inesperada na primeira noite da abertura do seu novo bar local.

Há algo especial em Pecadores, desde do seu primeiro segundo, onde o filme não só introduz-nos aos irmãos, e à personalidade distinta de ambos, como também contextualiza o tipo de América em que o filme se passa, onde os negros ainda estão a desenvolver os seus pilares na comunidade, juntamente com aqueles que voltaram da guerra, à procura de uma nova vida. A música é um elemento central, inspirador até, que guia uma grande parte do filme na sua jornada emocional, não só entre as personagens, como também como base fundamental do universo em questão.

Pecadores

Ao longo de duas horas, somos levados por uma viagem aparentemente pessoal de Coogler, com vários elementos artísticos e culturais apreciados pelo cineasta, predispostos numa narrativa que parece tirada das páginas de uma novela gráfica, onde a violência contra-balança o amor, a irmandade e algumas surpresas que o filme reserva em prol de entretenimento.

Não fosse o elenco, Pecadores não seria a mesma coisa, e Coogler prova que a sua aposta contínua com Michael B. Jordan sai sempre a ganhar, onde claramente a dupla traz o melhor acima um do outro, e é muito notável a confiança que mutuamente têm. A isto de junta Hailee Steinfeld, Delroy Lindo, Omar Benson Miller, e claro, a estreia de Miles Caton, um actor e cantor que irá, sem dúvida, andar nas bocas de Hollywood, provando exactamente aquilo que é capaz.

Assim, Pecadores pode começar uma nova era de Coogler/Jordan, ou até apenas o realizador aventurar-se por outros géneros de cinema, mostrando-se mais que capaz de criar mundos novos, com personagens complexas e uma narrativa que nos mantém colados à cadeira do inicio ao fim. Com isto, saímos da sala altamente satisfeitos, e curiosos com o que o futuro reserva, que por aqui, parece-nos brilhante.

Nota Final: 8/10

 

Ricardo Du Toit

Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.

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