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Cinema: Crítica – Confessa, Fletch (2022)

Os filmes originais de Fletch, protagonizados por Chevy Chase, fizeram algum furor a meio e no final da década de 80, ao inserir um actor conhecido pelos seus talentos cómicos numa narrativa derivada do film noir. Na altura até se poderia dizer que era uma abordagem relativamente pioneira, talvez fosse mais uma que não era vista com tanta frequência e que se reinventou vezes durante os anos. Dormente desde 1989, o realizador e produtor Greg Mottola (Super Baldas, Dave) traz-nos a nova iteração desta mítica personagem, ao mesmo tempo introduzindo-a a um público que até esta altura provavelmente desconhecia a personagem, em Confessa, Fletch.

Fletch (Jon Hamm) é um repórter reformado que se vê no meio de uma encruzilhada, quando investiga o desaparecimento do pai da sua namorada italiana Angela (Lorenza Izzo), como também as pinturas roubadas. Quando chega a Boston, este encontra o corpo de uma mulher no meio da casa onde está a ficar, iniciando assim um mistério de todo o tamanho, revelando toda uma trama que apenas poderia acontecer a alguém como Fletch.

Ressurgindo como um género nostálgico que tem passado como despercebido, esta nova aventura de Fletch abre todo o tipo de portas e novas oportunidades para explorar a personagem novamente, com um actor que tem tanto charme, como talento; exactamente o que é necessário vestir a sua pele. Hamm demonstra-se não apenas capaz, mas também como um actor que parece destinado a ser Fletch, tanto que este já encarnou com sucesso certos aspectos que fazem desta personagem relevante.

Ao inicio parece que o filme descai mais pela farsa, talvez para garantir que não deverá ser levado demasiado a sério, com a sua comédia a potencialmente não ser do agrado de todos. Mas rapidamente dá uma reviravolta e assegura-nos que existe um propósito na forma que está a fazer as coisas, juntando uma dose considerável de mistério, sem nunca se esquecer de nos fazer rir pelo meio. O seu propósito maior é entreter, algo que faz com grande sucesso, numa junção de ingredientes muito bem-vindos num panorama cinematográfico repetitivo. Ainda que este filme seja, de certa forma, uma espécie de reboot da adaptação das obras de Gregory Mcdonald, esforça-se para ser algo muito seu, e isso é algo a admirar.

Assim, Confessa, Fletch é um bom exemplo da reinvenção de uma personagem menos popular da cultura-pop, onde podemos contar com um Jon Hamm divertido e carismático, numa aventura repleta de peripécias que servem para nos fazer rir, por vezes à gargalhada.

Nota Final: 7/10

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