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Cinema (em casa) – Crítica: Mutant Blast

Quando me deram a oportunidade de ver Mutant Blast devido ao seu lançamento nos videoclubes portugueses, não consegui resistir. A realidade é que só de ouvir que Lloyd Kaufman e a sua Troma Entertainment estavam envolvidos fiquei entusiasmado para ver o que vinha daqui.

Aproveito agora para fazer um pequeno aparte e dizer ao leitor para, caso goste deste tipo de filmes, aproveitar e ver o documentário VHS Massacre: Cult Films and the Decline of Physical Media, de forma a poder entender o que faz o Sr. Kaufman de uma melhor forma. E só o facto de estarmos a meio de uma pandemia e este filme retratar uma, melhora logo tudo.

No entanto, estou aqui é para falar de Mutant Blast e bem, isto é tudo o que um filme trash merece ser. Estão aqui todos os ingredientes necessários: é sangue que precisamos? Temos litros e litros, misturados com tripas, se pedirem muito. São diálogos desnecessários e cheios de palavrões? Por amor de Deus, até temos um dos melhores monólogos feitos no cinema português nos últimos anos… é pena o monólogo ser proferido em francês, mas, dado o contexto do filme, a forma como encaixa é mais do que perfeita.

É neste momento que, penso eu, devia alertar o leitor para um pequeno pormenor. Este que vos escreve tem um amor enorme por filmes de culto que às vezes podem ter uma conotação negativa para a maioria das pessoas. Filmes como Class of Nuke ‘Em High e Tromeo and Juliet (aproveito para referir que está disponível para visualização na plataforma Mubi) deliciam-me, ou até falando num registo fora do trash, os filmes produzidos pela The Asylum, como os Sharknado são filmes que a mim me dizem muito. Atenção, não estou a juntar todos no mesmo ramalhete, mas, é possível entender que são géneros de filmes que mesmo não sendo para qualquer um, não me canso de recomendar serem visionados pelo menos uma vez.

Definitivamente o aspeto mais notável deste filme e que Fernando Alle expõe de uma forma que se pode até classificar como criminosa é o exagero. Nota-se perfeitamente que tal exagero é mesmo propositado como é suposto nestes filmes, mas, no meio da história que por um lado entende-se, mas por outro ficamos confusos, faz todo o sentido exagerar ao máximo. Especialmente em combate. As cenas de combate deste filme são completamente absurdas, mas ao mesmo tempo divertidas. Joaquim Guerreiro nesse caso leva o “galardão da porrada desnecessária” na pele de ambos os super soldados que aparecem ao longo do filme, onde só faltava usar um infetado (ou z**bie, como queiram chamar) para palitar os dentes, seguido de muito perto por uma certa personagem que enquanto combate diz “FILLE DE PUTE” contra outra personagem que também é tudo menos convencional.

Falando em outras personagens, a verdade é que as personagens interpretadas por Maria Leite e Pedro Barão Dias são aquelas que seguimos mais e, se queremos mais momentos cheios de exagero e que acaba por se tornar cómico. Aliás, o facto da sua química só se desenvolver a partir de meio do filme só prova que o guião conseguiu fazer o menor sentido possível a maioria do tempo. Convém também referir que Pedro Barão Dias protagoniza uma das minhas cenas favoritas do filme todo, quando começa a dar carinho ao seu novo companheiro. E, se há outra personagem divertida é com certeza, o General. Esta é aquela personagem que se posse dizer: Isto é o verdadeiro exagero comparativamente a tudo o que é filme americano. Mas, a verdade é que resulta.

Resta concluir que, Mutant Blast é daqueles filmes que qualquer pessoa que goste de cinema devia ver pelo menos uma vez. Nem que seja por ser português. Mas uma coisa garanto-vos. Especialmente nesta altura em que ainda nos temos que manter dentro de casa, aproveitem para ver esta película. Além de não se irem arrepender, consigo prometer-vos que se vão divertir e rir em altas gargalhadas com vários dos pormenores apresentados.

Nota Final: 7/10

Mutant Blast está agora disponível  nos videoclubes do MEO, NOS, Nowo e Vodafone

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