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Análise: The Falcon and the Winter Soldier (Disney+)

Depois do sucesso que foi “WandaVision” será que “The Falcon and the Winter Soldier” se equiparou?

Na mais recente aposta do Disney+ no universo Marvel pudemos acompanhar Sam Wilson (Falcon) e Bucky Barnes (Winter Soldier), interpretados por Anthony Mackie e Sebastian Stan respetivamente, após os eventos de “Avengers: Endgame”. Enquanto Sam se questiona sobre o que fazer ao escudo que Steve Rogers (Capitão América) lhe confiou, Bucky tenta lidar com os assassinatos que cometeu durante a manipulação cerebral que sofreu como Winter Soldier.

À semelhança do que vimos em “WandaVision”, os acontecimentos retratados no último filme dos Avengers resultaram em consequências a nível global, com metade da população mundial a regressar cinco anos após o primeiro estalar de dedos da Infinity Gauntlet. Isto levou à segregação de muitas destas pessoas, ao aparecimento de campos de refugiados e ao surgimento de um grupo de antipatrióticos que se autodenominam os Flag Smashers.

Karli Morgenthau é a líder dos Flag Smashers

Este grupo de anarquistas liderado por Karli Morgenthau (Erin Kellyman) é constituído por membros super-soldado, criados com o mesmo tipo de soro com que Steve Rogers foi originalmente injetado, e cujo objetivo principal é fazer ver ao mundo que estavam melhores antes do Blip, um mundo unido sem fronteiras ou patriotismo, ajudando-se mutuamente em tempos de necessidade.

E é na sequência de novos atentados por parte deste grupo que Sam e Bucky se juntam para tentar parar este grupo. A estes juntam-se personagens tão improváveis como o Barão Zemo (Daniel Brühl), elemento que esteve por detrás de todos os acontecimentos em “Captain America: Civil War”, e Sharon Carter (Emily VanCamp), sobrinha de Peggy Carter, que desapareceu após ajudar a fação de Steve Rogers neste mesmo filme.

O Barão Zemo e Sharon Carter juntam-se a Sam e Bucky

**Atenção, o seguinte texto contém Spoilers**

O Disney+ volta a fazer uma boa jogada com “The Falcon and the Winter Soldier”, ao aproveitar uma série para nos contar algo mais sobre o que se passa neste novo mundo após o Blip. O mais surpreendente são os temas que foram capazes de introduzir na narrativa.

Sam debate-se durante toda a história se deve aceitar o manto que Steve lhe passou, questionando-se se um negro poderá algum dia ostentar o maior símbolo do patriotismo americano que é o escudo do Capitão América, enquando o próprio país ainda tem tantas dificuldades em aceitar o seu estatuto na sociedade, mesmo numa era tão moderna.

Por outro lado, Bucky tenta ultrapassar os seus próprios demónios, enquanto vê o seu amigo Sam debater-se com a ideia de ser o próximo Capitão América, quando aos seus olhos concorda com a decisão de Steve Rogers, e nem mesmo o surgimento de um novo Capitão América o demove dessa ideia.

Sam questiona-se se um negro algum dia será aceite como Capitão América

Vemos assim a Marvel a dar uso à sua narrativa para mostrar problemas tão presentes nos nossos dias como o racismo, os problemas mentais e sentimentos de culpa, as diferentes noções de ideais e a medidas que são tomadas para atingir esses mesmos ideais.

Esta é mais uma série de grande qualidade cinematográfica ao estilo de filmes de ação como “Missão Impossível” protagonizado por uma dupla de atores com uma excelente química recheada de humor, fazendo lembrar comédias policiais como “Bad Boys” ou “Rush Hour”. A introdução do Barão Zemo veio trazer uma dimensão extra, não só à interação entre Sam e Bucky como pelo próprio Barão que se revelou alguém de uma comédia subtil e agradável, e apesar dos seus ideais duvidosos quase nos faz questionar se estamos do lado dele ou não.

O Barão Zemo e os seus dotes de dança, um dos momentos da série mais falados na internet

Um dos pontos negativos da série recai nos objetivos dos Flag Smashers e em particular nas intenções de Karli Morgenthau a principal antagonista, que não são totalmente explicados o que faz com que Karli em última instância transpareça somente como uma adolescente idealista e sem direção.

Em jeito do que aconteceu com “WandaVision”, também nesta série tivemos um interessante cameo com a inesperada introdução de Julia Louis-Dreyfus, mais conhecida pela sua interpretação de Elaine na série “Seinfeld”. Neste caso no papel de Valentina Allegra de Fontaine que converte o segundo Capitão América no US Agent fazendo crer que não será a última vez que os vemos. A isto juntamos a recente confirmação do próximo filme do Capitão América com Anthony Mackie como protagonista.

Na minha opinião recebe um 8 em 10, com especial nomeação ao discurso dado por Sam Wilson no último episódio, tão pertinente para a série como para o mundo real.

Agora é só esperar pela tão aguardada série “Loki”.

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