Análise jogos: Neon Blight
Roguelite de ação em que não há escassez de armas (nem de bugs!) num inferno de balas cyberpunk, onde também tens de gerir a tua loja. Neon Blight podia estar um nível acima, mas (ainda) não está.
Desenvolvido pela Bleeding Tapes, Neon Blight foi lançado no dia 11 de julho de 2022 pela Freedom Games e a Central Comics teve o prazer de o experimentar para vos contar tudo o que precisam de saber.
Em Neon Blight, viajamos até um futuro não muito longínquo e vestimos a pele de uma ex-polícia que decide fazer-se à vida numa cidade vestida a preceito para representar o género cyberpunk. Após um episódio que marca a vida da protagonista e cuja resolução não é imediatamente apresentada ao jogador, a nossa personagem decide abrir a sua própria loja de armas e o nosso objetivo é ajudá-la a encher as prateleiras e os bolsos. Pelo caminho, vamos descobrindo uma série de curiosos personagens com quem começamos a criar e a desenvolver relações enquanto completamos várias missões secundárias à medida que nos vamos aproximando daquilo que parece ser a nossa principal missão: vingança.

A primeira coisa que me saltou à vista em Neon Blight foi a arte. Através de um estilo pixelado, o jogo consegue, na minha opinião, passar uma ideia legítima de que estamos num universo cyberpunk. Os gráficos e o som são atraentes, e embora haja espaço para muito mais conteúdo, os níveis são bonitos e não me ferem os olhos, como tantas vezes acontece no já habitual estilo de píxeis.
Mas também não tardou a saltar-me outra coisa à vista. Se bem que gosto do jogo como um todo, tenho obrigatoriamente de mencionar a grande quantidade de bugs com que me deparei. Calma! Estamos a falar de um jogo em acesso antecipado e só encontrei um (só um!) bug crítico que me mandou o jogo abaixo. Acredito sinceramente que são todos problemas de fácil resolução durante as próximas semanas. Contudo, se decidirem saltar já para Neon Blight, contem com frame drops aqui e ali, problemas de colisão dentro jogo, placeholders em vez de nomes e outros bugs deste tipo.
Mesmo com tudo isto, tenho de dizer que adorei a jogabilidade de Neon Blight. É um bullet hell no verdadeiro sentido do termo e não o achei assim tão difícil. Penso que a progressão está equilibrada e obriga-nos a gerir um pouco as nossas aventuras. A quantidade de armas disponíveis no jogo e a sua diversidade também me impressionou. As animações visuais e sonoras criadas para quando disparamos armas estão muito bem conseguidas e transmitem uma excelente sensação de poder.
O aspeto da gestão da loja, não sendo propriamente digno um verdadeiro simulador de negócios, é divertido e deixa algum espaço para personalização e criatividade.
Em termos de comparação com outros títulos deste género, salta-me imediatamente à memória Moonlighter. Diria que Neon Blight está uns furos acima, com uma ação bastante mais satisfatória.
Resumindo. Diverti-me bastante a jogar Neon Blight. Agora, só falta corrigir os bugs.

Neon Blight acerta em cheio no conceito a que se propõe. Embora ainda haja muito a fazer na sua vertente RPG (acesso antecipado = pouco conteúdo), este action shooter/bullet hell tem uma jogabilidade de ação muito satisfatória, com um visual atraente. Mas o destaque tem necessariamente de ir para as armas, na sua execução e na diversidade que apresentam.
No campo dos aspetos negativos, há dois problemas que vêm inevitavelmente à tona como quando o autoclismo não funciona como deve ser: falta de conteúdo e bugs com fartura. O jogo bem que poderia ter ficado em desenvolvimento mais uns meses antes de o lançarem sequer em acesso antecipado. Penso que foi um erro da Freedom Games e da Bleeding Tapes que lhes vai custar alguns créditos em reputação. No entanto, o jogo não está concluído e o acesso antecipado serve para isto mesmo: ouvir o feedback dos jogadores e corrigir os problemas. Só falta saber se os criadores do jogo vão mesmo agir. Eu diria que sim, já que só têm a ganhar.

Classificação: 5/10
Os aspetos negativos que referi de Neon Blight no seu estado atual bastariam facilmente para uma nota negativa. Porém, não me parece justo castigar um jogo à nascença e penso que é pertinente considerar tudo o que compõe o jogo, incluindo o seu potencial. Neon Blight tem potencial para se tornar um roguelite de referência e um título capaz de oferecer muitas horas de diversão. Sinceramente, já o achei um jogo divertido tal e qual como está. Sem os bugs e com um pouco mais de conteúdo, não hesitaria em acrescentar dois pontos a esta classificação.
Quem adora disparar à louca num ritmo de ação frenética, com pausas para evoluir e personalizar a experiência de jogo, encontra aqui um título à sua medida. Mas, se quiserem esperar mais um pouco, também me parece que só têm a ganhar, já que os bugs são o pior inimigo de Neon Blight, e só os criadores do jogo o podem derrotar.
Para terminar, fica a dica indispensável: cuidado com os bebés demoníacos!!!
Vejam o meu gameplay de Neon Blight:
Trailer Neon Blight:

Gamer inveterado que não dispensa uma boa série e nunca diz ‘não’ a uma sessão de cinema… Com pipocas, se faz favor!