Análise BD: Sonic The Hedgehog: Volume 1 e 2
Sonic The Hedgehog Vol. 1 & 2 trazem ação a alta velocidade e arte vibrante, através das edições coloridas da Booksmile.
É curioso como um ouriço azul que corre mais depressa do que o som continua a abrandar apenas para ganhar novo impulso, desta vez nas páginas das bandas desenhadas Sonic The Hedgehog. Lançada originalmente pela IDW em 2018, esta série em curso marca a segunda grande adaptação em banda desenhada da mascote da SEGA e chega agora a Portugal graças às edições cuidadas e cheias de cor da Booksmile, uma chancela da Penguin Random House.
O primeiro volume funciona como uma reintrodução ao mundo de Sonic, logo após a sua vitória decisiva sobre o eterno vilão Dr. Eggman. A liberdade parece finalmente alcançada, mas, claro, a paz nunca dura muito no universo de Sonic. Por entre cidades vibrantes e vilas devastadas por batalhas, misteriosos robots voltam a atacar, e o ouriço azul percebe que não pode enfrentar esta ameaça sozinho. É então que regressam as personagens favoritas dos fãs, como Tails, Amy e Knuckles, acompanhadas por novas caras que se encaixam naturalmente neste mundo de alta velocidade.
O que impressiona é a forma como o argumentista Ian Flynn (um veterano de histórias de Sonic) equilibra a energia divertida e caricatural com uma construção de mundo sólida. Há emoção, humor e tensão suficiente para manter o leitor preso ao que vem a seguir. O ritmo é dinâmico e a arte explode em movimento e cor expressiva.
O Volume 2 eleva a fasquia. O Dr. Eggman desapareceu, e a busca de Sonic por respostas leva-o a uma daquelas histórias clássicas de “e se…”, onde confiança, rivalidade e caos se entrelaçam. Surge Shadow The Hedgehog, trazendo a intensidade e a dose de seriedade que o tornam inconfundível. A tensão entre as duas personagens, velocidade contra precisão, otimismo contra cinismo, continua tão satisfatória como sempre.
Sem revelar demasiado, este volume aprofunda o mistério em torno do desaparecimento de Eggman, misturando a ação clássica com uma narrativa surpreendentemente rica e com várias camadas.
Fisicamente, estas edições portuguesas são um verdadeiro prazer. As páginas mais espessas tornam a leitura confortável (e mais resistente para os leitores mais jovens), enquanto as ilustrações a cores dão a cada painel um impacto digno de animação. Entre capítulos, há ainda ilustrações extra que funcionam como pequenas pausas visuais, um toque de classe para os fãs que apreciam arte conceptual e desenhos alternativos.
Não há dúvida de que Sonic The Hedgehog capta a essência da saga, velocidade, amizade e uma determinação inabalável. Estes dois primeiros volumes são uma excelente porta de entrada para um universo que continua a evoluir, sem nunca esquecer as suas origens.
Se procuras uma leitura leve mas empolgante, cheia de cor, movimento e aquela atitude inconfundível de “gotta go fast”, esta é uma escolha certeira. A resistência pode enfrentar probabilidades impossíveis, mas, à boa maneira de Sonic, a esperança corre sempre mais depressa do que o desespero.
Nota: 7/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.





