Curtas de Vila do Conde

Central Comics

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4 jogos para a Nintendo Switch em análise

Switch

O Central Comics experimentou quatro novidades em quatro géneros diferentes para a Nintendo Switch: Sissa’s Path, Wings of Bluestar, Chasing Static e Burrow of the Fallen Bear. Eis o que pensamos de cada um dos títulos.

Sissa’s Path (Switch)

Desenvolvido pela AFIL Games e distribuído pela Eastasiasoft, Sissa’s Path é um jogo de quebra-cabeças em que o objetivo é organizar novelos com a disposição correta num espaço limitado. Trata-se de um clone de Sokoban, o clássico dos anos 80 em que temos de organizar caixas dentro de um armazém enquanto vamos prestando atenção aos movimentos que fazemos, sob risco de ficarmos retidos e termos de reiniciar o nível. O conceito em Sissa’s Path é exatamente o mesmo, mas com gráficos mais bonitos em 3D, uma banda sonora mais relaxante e uma gata com perturbação obsessivo-compulsiva em vez de um empregado de armazém. Tendo em conta que o clássico original pode ser transferido gratuitamente com mais de 2000 níveis e Sissa’s Path custa 4,99 € (sem promoção) com menos de meia centena, não me parece que este seja um título com grande futuro e parece-me mais um projeto semestral de um curso de videojogos que o aluno aproveitou para comercializar.

Classificação: 3/10

Wings of Bluestar (Switch)

Passando para o género shoot’em up/bullet hell, Wings of Bluestar surpreendeu-me pela positiva. Desenvolvido pela Shinu Real’s Arts e distribuído pela nossa bem conhecida Eastasiasoft, Wings of Bluestar pega no género shmup, insere-lhe um jogo divertido com gráficos e som muito bons, e acrescenta-lhe uma narrativa interessante e credível. Ao vestirmos a pele de Aya ou Zarak, a nossa missão é impedir que uma inteligência artificial superavançada destrua a humanidade após se revoltar. Para tal, temos de enfrentar nível atrás de nível repleto de inimigos programados com uma única diretiva: eliminar-nos. O jogo é, de facto, muito divertido e a sua execução muito bem conseguida. Tenho apenas dois problemas que me impedem de atribuir uma nota mais alta: as vidas infinitas (ou, pelo menos, a possibilidade de continuar sempre onde morremos) retiram o fator de risco ao jogo, subtraindo também a sensação de recompensa de que tanto depende o cérebro de qualquer gamer; e o preço — 14,99 € (sem promoção) parece-me um bocadinho puxado para este título e diria que qualquer coisa entre 5,00 € e 10,00 € seria bem mais ajustado ao seu valor real.

Classificação: 6,5/10

Burrow of the Fallen Bear (Switch)

Burrow of the Fallen Bear é um romance gráfico furry gay desenvolvido pela Male Doll Studio, já com grande experiência no género, e distribuído pela — tentem lá adivinhar… acertaram! Pela Eastasiasoft. Em Burrow of the Fallen Bear, vestimos o pelo de Krile, um aventureiro decidido a desvendar os mistérios de Burrow of the Fallen Bear. Pelo caminho, conhecemos diversos personagens com os quais podemos envolver-nos romanticamente. Este escaldante romance gráfico oferece-nos quatro percursos e 18 finais distintos, com uma componente sexual muito intensa. Embora os gráficos e o som não sejam maus, o meu problema com Burrow of the Fallen Bear (e com muitos outros romances gráficos, se bem que há exceções) é que acabo por não sentir que estou num jogo, mas sim a ver uma história a desenrolar-se enquanto vou clicando aqui e ali. Este título até pode satisfazer (nos vários sentidos da palavra) quem procura um romance gráfico gay de cariz sexual profundo, mas não me convenceu enquanto jogo, com diálogos que poderiam ser mais enriquecidos e uma história que poderia ser bem mais desenvolvida e afinada.

Classificação: 4,5/10

Chasing Static (Switch)

Para terminar, a nossa querida Eastasiasoft decidiu dar espaço à Ratalaika, que também conhecemos bem, e distribuiu Chasing Static. Desenvolvido pela Headware Games, Chasing Static é um jogo de exploração, terror e simulador de caminhadas em que Chris Selwood, após o funeral do pai e se perder durante uma tempestade no norte do País de Gales, dá por si envolvido num macabro mistério sobrenatural. Com uma mecânica extremamente interessante que nos lança numa exploração não linear ao termos de procurar a narrativa por nós próprios com recurso a um estranho aparelho de áudio, Chasing Static é um título que não hesito minimamente em recomendar aos fãs do género de terror. A ajudar estão ainda os gráficos e emular o estilo dos clássicos da PS1, o som, a música e a dobragem, todos executados com mestria e que me mergulharam profundamente no ambiente do jogo, remetendo-me nostalgicamente para os primeiros capítulos não remasterizados de Resident Evil. Quanto aos aspetos negativos, apontaria apenas os controlos da Switch (porém, acredito que este jogo seja perfeito para PC) e, paradoxalmente, a vertente de exploração não linear do jogo que nos obriga a ter um pouco de paciência e a perder algum tempo a procurar as narrativas sem recurso a uma linha orientadora que nos indique os próximos passos a dar. Não sei se 14,99 € não será um pouco acima do valor real do que o jogo nos oferece.

Classificação: 7,5/10

Para terminar, fica a dica indispensável: aposto que George Orwell nunca pensou que uma das suas três potências mundiais se tornasse a distribuidora de videojogos preferida do Central Comics!

Plataforma testada: Nintendo Switch

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