What We Do in the Shadows – Uma série de morrer a rir
Jemaine Clement (Flight of the Conchords e Eagle VS Shark) e Taika Waititi (Thor Ragnarok e Jojo Rabbit) no início das suas carreiras tiveram uma ideia absurda para um sketch de comédia.
Esta ideia foi trabalhada em palco e mais tarde resultou numa curta metragem estilo mockumentary, que relatava a vida doméstica de um grupo de vampiros que partilhava o mesmo apartamento.
Baseado nessa curta foi produzido o filme What We Do in the Shadows (2014) cujo sucesso deu origem a uma série de televisão com o mesmo nome em 2019 e está atualmente disponível na HBO Portugal e no Disney+.
What We Do in the Shadows (2019) é muito semelhante ao filme, aliás os únicos aspetos diferentes são as personagens e a localização. Enquanto que o filme decorre em Wellington (Nova Zelândia), a série passa-se em Staten Island (Estados Unidos).
Existe uma ligação entre a série e o filme no entanto não é obrigatório assistir ao filme em primeiro lugar. Ambos os formatos têm histórias distintas e sem seguimento cronológico.
https://www.youtube.com/watch?v=2eQMIVr89O0
A história de cada episódio consiste em acompanharmos a vida diária, ou melhor, noturna, de três vampiros tradicionais (que bebem o sangue das vítimas), um vampiro energético (absorve energia vital das vítimas) e o seu servo doméstico (um humano que ambiciona ser tornado vampiro).
O elenco principal é constituído por Kayvan Novak, Matt Berry, Natasia Demetriou, Harvey Guillén e Mark Proksch. Existem também algumas surpresas interessantes com atores convidados.
Cada episódio é composto por diversas peripécias em que as personagens se envolvem no mundo citadino. Podemos encontrar muito humor negro e nonsense, havendo sempre uma ligação entre o sobrenatural e algo absurdo.
A título de exemplo, um dos casos envolve o resgate de um dos vampiros que está preso no canil municipal porque foi capturado enquanto estava transformado em morcego.
What we Do in the Shadows (2019) é uma série divertida, leve e com uma boa produção. Tal como o filme nota-se que houve espaço para muita liberdade criativa e improviso. Apesar de ter momentos hilariantes e estar bem escrita é uma série que pode não agradar a todos e algumas piadas resultam melhor do que outras. No entanto, é a prova de que uma pequena ideia de dois amigos consegue tornar-se em algo grande. Ao ponto de chegar tanto ao cinema como à televisão.
Na minha opinião merece um 7,5 em 10.
Como nota final deixo ainda uma curiosidade, o Gato Fedorento no seu canal do YouTube tem um sketch lançado há cerca de 15 anos chamado “Reunião de condóminos com o Drácula”. Quem terá tido a ideia primeiro? Será um caso de sinergia criativa? Deixamos estas questões para o leitor decidir.
Consumidor de comédia, animação e outras obras da sétima arte. Gamer cujos gostos principais envolvem aquela empresa do canalizador de bigode. Provador de chocolate de forma descontrolada.