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Tudo o que querias saber sobre Astérix: A Filha de Vercingétorix!

Astérix: A Filha de Vercingétorix chega a 24 de Outubro! Conheça muitas curiosidades e esboços deste álbum que vai ter uma tiragem global de 5 milhões de exemplares!

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MISTÉRIO NA ALDEIA

Neste esquisso com assinatura de Jean-Yves Ferri, o enigmático tom de mistério do início do álbum está perfeitamente traçado. Sotaque tradicional arverne, capacetes atípicos, cavalos de grande envergadura (como os percherons): os visitantes do chefe Matasétix estão magnificamente bem retratados.

Depois, a magia do lápis de Didier Conrad entra em ação, com todos os ingredientes da poção mágica Astérix: a cabana do bardo ao longe, as do peixeiro e do ferreiro parcialmente à vista, a galinha preocupada levando os seus pintainhos para lugar seguro… Não há dúvidas: eis-nos na «pequena aldeia que conhecemos bem» e que estamos felizes por voltar a encontrar para uma 38.ª aventura!

Chega a fase da passagem à tinta. Na senda de Albert Uderzo, Conrad usa o pincel (Winsor e Newton,série 7, tamanho 0!) e tinta da China para finalizar a vinheta. As novas personagens ocupam o centro da imagem: Monolitix, longínqua evocação de Charles de Gaulle, e Baixocalorix, de compleição mais próxima do seu parceiro de resistência Winston Churchill. Entre os dois está Adrenalina, cujo tratamento a sombra não vem senão realçar a importância que lhe está reservada…

A coloração vem dar por fim à vinheta o seu aspeto definitivo. Como em todos os álbuns, a primeira imagem deve simultaneamente relembrar os códigos da série a que os leitores estão habituados e criar um ambiente inédito. Missão cumprida para Ferri e Conrad!

60 ANOS DE PAIXÃO GAULESA

Tudo começa em 1959.

Estamos na varanda do modesto apartamento social de Albert Uderzo em Bobigny. Faltam apenas três meses para a saída do número um da revista Pilote e os dois autores, René Goscinny e Albert Uderzo, estão sob grande pressão. Têm de criar uma série de BD baseada na cultura francesa que seja completamente original. Para criarem os seus heróis, passam em revista a História de França. E de repente, entre duas gargalhadas, Eureka!, detêm-se no período dos gauleses. Foi assim que Astérix fez a sua primeira aparição, a 29 de outubro de 1959, na revista Pilote. Rapidamente esta banda desenhada se converterá numa série de culto: As Aventuras de Astérix, o Gaulês.

Mas os começos dos nossos dois comparsas não foram evidentemente assim tão simples, já que na altura os autores de banda desenhada se debatiam com uma flagrante falta de consideração pela sua profissão, que aos olhos de muitos não era sequer uma profissão. «Na altura em que comecei, era preciso ter muita determinação para uma pessoa se lançar na banda desenhada, pois para a opinião pública nós éramos
não só ignorantes e estúpidos, mas também perversores da juventude», sublinha Goscinny. «Quando um jovem cometia um crime abjeto, explicava-se que, na sua infância, ele tinha lido banda desenhada! (…) A minha própria família me perguntava muitas vezes de que é que eu estava à espera para ter um trabalho sério. (…) Foi preciso eu comprar o meu primeiro carro e passar na televisão para ser respeitado.»

«Reunimo-nos uma tarde em caso do Uderzo em busca de uma ideia que queríamos que fosse divertida e original. Eu e o Uderzo não demorámos muito a chegar a um consenso: iriamos escolher como tema da nossa história os gauleses, esses mesmos que, curiosamente, estavam um pouco esquecidos em França e nos pareciam ser um tema cheio de possibilidades! Inspirando-nos no nome de Vercingétorix, que relembrávamos das primeiras aulas de História da nossa infância, batizámos imediatamente as nossas personagens: Astérix, Obélix, Panoramix e outros “ix”. Os nossos romanos teriam nomes a acabar em “us”, como por exemplo: Caius Feiradaladrus. E os seus campos fortificados teriam nomes a acabar em “um”: Babácomrum, Aquarium, Laudanum.» Cerca de 60 anos depois… o sucesso perdura.

Quanto à aparência das personagens, para René Goscinny era ponto assente que Astérix não iria assemelhar-se aos gauleses dos livros de História: altos, louros e fortes. Pequeno, franzino e obstinado, eis a personagem que ele imagina! «Para mim, era importante que a personagem tivesse piada por si só.» Os primeiros esboços de Albert Uderzo comprovam as tentativas do desenhador: «O René quis criar um anti-herói e é por isso que a personagem é tão pequena. Aliás, eu no início não estava de acordo.

Tivemos uma pequena discussão em que eu lhe disse: “Seja como for, o arquétipo do Gaulês, é Vercingétorix.” Comecei então a fazer uma personagem um pouco mais alta, um pouco mais forte. E ele disse-me: “Não, não é nada disso. Está muito bonito. O que fizeste foi o Errol Flynn! O que é preciso é um homem pequeno que não seja bonito, mas que seja suficientemente astuto para se sair sempre bem.”» Um anti-herói, um «baixote, tão perceptível como um sinal de pontuação», eis a ideia de René Goscinny, magistralmente desenhada por Albert Uderzo, que não deixará contudo de acrescentar um gaulês fortalhaço como inicialmente tinha desenhado: «Vês algum inconveniente em que eu acrescente uma personagem como esta?», pergunta ele ao amigo. «Claro que não, até porque vai ser forçosamente necessário que apareçam outras personagens na aldeia.» Assim nasceu Obélix, que irá poder viver incríveis aventuras com o seu amigo Astérix!

A poção mágica de René Goscnny e Albert Uderzo: uma boa dose de humor, uma narração inteligente, um traço excecional, um nadinha de génio, muita amizade, uma vontade indomável, uma franca camaradagem e o enorme talento conjugado de dois grandes criadores dotados de um acutilante poder de observação… e de igual sentido de humor…

ASTÉRIX EM NÚMEROS

  • 1959 Primeira aparição, a 29 de outubro, na revista Pilote.
    [Em Portugal, a sua primeira aparição ocorreu em 1961, na revista Foguetão.]
  • 1961 Publicação do primeiro álbum de Astérix – Astérix, o Gaulês.
    [Em Portugal, publicado pela primeira vez em 1967.]
  • 6000 Número de exemplares da primeira tiragem da edição original de Astérix, o Gaulês.
  • 38 Número de álbuns publicados à data de 24 de outubro de 2019.
  • 11 Número de traduções existentes (línguas e dialetos).
  • 380 milhões Número total de álbuns vendidos em todo o mundo desde 1959.
  • 50 milhões Número de visitantes do Parc Astérix desde há 30 anos.
  • 14 Número de filmes baseados em Astérix, dos quais 10 são longas-metragens animadas.
  • 400 Número aproximado de personagens criadas pelos 4 autores desde Astérix, o Gaulês.

 

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