Ronda de análises: Shadows Over Loathing, Mugen Souls, entre outros
Hoje trazemos mais uma ronda de análises de videojogos, como Shadows Over Loathing e Mugen Souls, entre outros.
Arcana of Paradise – The Tower – Já Disponível – PC, Nintendo Switch
Quando uma empresa tenta reviver um conceito que já foi exaustivamente utilizado, isso pode resultar em um de dois cenários. O primeiro é que ela pode revolucionar a indústria e servir como inspiração para outros, como visto com o jogo bem-sucedido Saints Row the Second. Alternativamente, isso pode resultar em uma oportunidade perdida devido a má gestão e expectativas irreais, levando a um resultado decepcionante. Infelizmente, o último parece ser o caso da Shueisha Games e seu último lançamento, Arcana of Paradise ~ The Tower, um jogo que tenta mesclar jogabilidade roguelite com mecânica de construção de baralhos.
A estética do jogo desempenha um papel significativo em adicionar valor a este título ligeiramente incomum, mas visualmente deslumbrante. Desde o início, fui cativado pelo estilo de arte de Arcana of Paradise, que é apresentado de forma suave e luxuosa.
O sistema de combate em Arcana of Paradise é um tema de deceção devido ao seu potencial não realizado. O jogo emprega uma abordagem de construção de baralhos, onde os jogadores usam quatro cartas que podem ter efeitos diferentes, como atacar, defender, curar ou perder tempo, e podem comprar mais cartas à medida que as usam.
À medida que joguei mais do jogo, gradualmente perdi interesse e fiquei cada vez mais dececionado. Apesar dos meus esforços para encontrar algo que me cativasse ou me mantivesse investido, fiquei de mãos vazias. Pareceu um desperdício do meu tempo, e não acho que possa recomendá-lo a outros com qualquer grau de certeza. Na verdade, senti um crescente sentimento de desinteresse e frustração.
Nota Final: 3/10
Mugen Souls – Já disponível – Nintendo Switch
Mugen Souls é um jogo de RPG japonês lançado originalmente em 2012 e que chega agora à Nintendo Switch.
Segue a história da Deusa Chou-Chou, que viaja pela galáxia em busca do poder supremo e da dominação de todos os mundos. Embora o jogo ofereça uma premissa interessante e um elenco de personagens únicos, fica aquém em algumas áreas importantes.
Uma das principais questões com Mugen Souls é a jogabilidade repetitiva. As batalhas são baseadas em turnos e carecem de estratégia, dependendo muito da evolução de níveis e habilidades. O jogo também apresenta um sistema “moe kill”, que envolve preencher uma barra realizando várias ações em batalha e depois executar um movimento final que envolve despir os personagens inimigos até a roupa interior. Essa mecânica rapidamente se torna um tédio e repetitiva na experiência geral do jogo.
Os gráficos em Mugen Souls são coloridos e vibrantes, com um design de personagem estilo chibi que é visualmente atraente. No entanto, o jogo sofre com longos tempos de carregamento e queda ocasional na taxa de quadros. A banda sonora também é esquecível e carece de faixas memoráveis que aprimoram a experiência geral do jogo.
Num ponto mais positivo, Mugen Souls oferece uma grande quantidade de opções de personalização tanto para os personagens dos jogadores quanto para o mundo do jogo. O jogo também apresenta uma vasta gama de personagens para recrutar e evoluir, cada um com suas habilidades e personalidades únicas. A história do jogo também é envolvente, com muitas reviravoltas para manter os jogadores investidos.
Em conclusão, Mugen Souls é um jogo agradável com algumas falhas notáveis. A jogabilidade repetitiva e o sistema “moe kill” podem afastar alguns jogadores, mas as opções de personalização e a história envolvente tornam-no digno de consideração para os fãs do género.
Nota Final: 4/10
Trinity Trigger – Já Disponível – Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5
Trinity Trigger é um novo jogo de role-playing de ação desenvolvido pela empresa japonesa FuRyu. O jogo foi autopublicado no Japão em setembro de 2022 e teve a sua estreia com a versão tradicional chinesa em janeiro deste ano. O jogo também tem como objetivo combinar o visual e a sensação dos icônicos RPGs dos anos 90, principalmente através da história, dos visuais e do design de som. Dito isto, vale a pena puxar o gatilho para Trinity Trigger?
O jogo passa-se numa era esquecida onde os Deuses da Ordem e os Deuses do Caos competem entre si pela completa dominação dos céus. A consequência da guerra acabou derramando sobre o continente de Trinitia, deixando armas enormes como monumentos imponentes. O seu personagem, Cyan, foi escolhido como o “Guerrero do Caos”, embora ele discorde totalmente disso. Então, ele sai com seus dois companheiros Elise e Zantis para salvar o mundo e desafiar os Deuses.
Embora a premissa não seja nova para o que já vimos em um RPG, seja ocidental ou japonês, acredito que a construção do mundo ajuda a separá-lo dos demais títulos que temos no mercado agora. A construção do mundo em Trinity Trigger é uma das melhores que já experimentei até agora, com tudo encaixando perfeitamente e sendo intrigante o suficiente para eu continuar lendo e entendendo mais sobre ele.
Conteúdos como missões secundárias e histórias que estão fora da história principal e que normalmente seriam negligenciados em outros títulos, foram dadas mais atenção, uma vez que todas parecem interconectar-se entre si, dando mais profundidade ao mundo e servindo mais do que missões básicas.
As armas neste jogo são chamadas de Triggers (criaturas parecidas com fadas), que os jogadores serão apresentados logo no início do jogo, e através desses Triggers, os jogadores serão então apresentados às mecânicas de combate do jogo, que é onde a maioria do tempo será gasto, já que há muitas batalhas para serem lutadas e vencidas.
O combate do jogo é bastante direto, existe um ataque normal e um ataque especial como ações de ataque. Os ataques normais vêm numa variedade de formas e os jogadores podem selecionar diferentes opções para obter ações e efeitos ligeiramente diferentes. Além disso, ambas as ações de ataque podem ser atualizadas usando TP (obtido através de níveis).
No geral, Trinity Trigger alcança seu objetivo de mesclar RPGs clássicos dos anos 90 com mecânicas modernas, mesmo com um combate que fica aquém das espectativas.
Nota Final: 7/10
Shadows Over Loathing – Já Disponível – PC, Nintendo Switch
Shadows over Loathing é um RPG de horror cósmico desenvolvido pelo estúdio Asymmetric, que está repleto de comédia e criatividade.
Como o seu predecessor com temática de cowboys, West of Loathing (que eu amei), Shadows over Loathing é criado com o estilo visual característico da Asymmetric – um mundo monocromático composto por personagens de palitos simples e ambientes marcantes que parecem ter sido desenhados com caneta marcadora preta. E, como comprovado em West of Loathing, esse estilo visual simples, acompanhado de descrições vívidas e diálogos afiados, permite uma grande variedade de cenários e situações cômicas que permitem que a imaginação preencha as lacunas, tornando-as ainda mais eficazes.
Shadows over Loathing é parte RPG e parte jogo de aventura, onde o protagonista maleável e muito influenciável viaja para Ocean City a pedido de seu tio dono de uma loja de antiguidades, apenas para se envolver nas circunstâncias estranhas do desaparecimento dele.
O sistema de combate por turnos é relativamente simples e envolve uma lista rotativa de personagens companheiros, modificadores elementares estranhos e habilidades únicas ainda mais estranhas.
Cada elemento mecânico ou narrativo em Shadows over Loathing é uma espécie de piada, e se não for, é uma elaborada preparação para uma piada. Trocadilhos, jogos de palavras, absurdos, desvio de assunto, comédia física – tudo isso é jogado na parede aqui, e para mim, muito disso funciona.
Shadows over Loathing vai colocar um sorriso no seu rosto e mantê-lo lá. É um RPG detalhado e infinitamente divertido, com uma vibe alegre e um fluxo constante de piadas engraçadas e deliciosas para você se alimentar. A Asymmetric sabe como fazer um bom jogo de comédia, e vale muito a pena entrar na piada.
Nota Final: 9/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.