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Porque estamos ansiosos por Frankenstein de Guillermo del Toro?

Há muito que sabemos que Guillermo del Toro (n. 1964) ambicionava realizar e produzir a sua visão do clássico Frankenstein de Mary Shelley (1797 – 1851), publicado em 1818, tornando-se um projeto antevisto como um dos mais envolventes da sua carreira.

E a sua história já envolve filmes e séries de ficção próprias do apelo ao terror e com ligação ao sobrenatural como A Espinha do Diabo (El Espinazo del Diablo, 2001), O Labirinto do Fauno (El Labirinto del Fauno, 2006), diferentes adaptações da BD Hellboy e a sua co-autoria em Não Tenha Medo do Escuro (Don’t Be Afraid of the Dark, 2011) e The Strain (2014) e ainda A Forma da Água (The Shape of Wather, 2017) entre outros títulos cuja lista é por demais conhecida para os amantes do género e fãs da sua obra.

Frankenstein de Guillermo del Toro

Ainda não sabemos muitos detalhes sobre este filme, nem quando será estreado, mas através de um elenco de destaque como Christoph Waltz, Andrew Garfield, Mia Goth, Oscar Isaac no papel do Dr. Frankenstein e Jacob Elordi como o monstro icónico da adaptação daquela que é simultaneamente uma obra literária de terror e ficção científica, mantemo-nos ansiosos por uma distinta exposição do sombrio reflexo dos avanços científicos do século XIX, que conduzem à reanimação de um ser composto por partes de cadáveres humanos através dos conhecimentos alquímicos do ousado Victor Frankenstein.

Sabemos como a história se desenvolve, uma vez que, longe de se revelar como o maior feito de um visionário estudante das ciências naturais, a sua criação revela ser a sua maior maldição, conduzindo toda a sua vida a incessantes tragédias.

Antevendo-se a influência de Paraído Perdido (Lost Paradise, 1667) de John Milton (1608 – 1674), que é uma obra por si só obrigatória para entender como uma inspirada Mary Shelley nos legou um dos mais conhecidos romances góticos de sempre, é expectável nesta novo trabalho cinematográfico a promoção de um protagonista atrevido e arrogante (como Satanás, que se insurge contra Deus), pronto a desafiar as leis naturais e incapaz de medir ou calcular as sérias consequências dos seus atos.

Frankenstein de Guillermo del Toro

O monstro, que é alegoria da sombra do homem, ainda não foi revelado. Tendo em conta a criatividade de Del Toro e o desenvolvimento de outras criaturas noutros filmes, poderá ser bem distinto das demais abominações que o cinema já nos apresentou. Só reconhecemos o seu corpo sobre uma maca através de uma imagem revelada pela Vanity Fair que é um vislumbre do laboratório de Frankenstein, virado de costas para um janelão redondo de influência medieval que ilumina o espaço obscuro onde se vê partes de outros corpos mutilados. Distingue-se ainda, naturalmente, os engenhos que procuram fazer uso da eletricidade para reanimar o seu monstro.

Frankenstein de Guillermo del Toro

Enquanto o filme de Guillermo Del Toro, produzido exclusivamente para a Netflix, não estreia, nunca é demais recomendar a leitura do romance homónimo. Para quem aprecia o género não poderá deixar de rever uma dos mais sensacionais histórias de ficção de sempre, equiparada a obras góticas de maior impacto como Drácula (1897) de Bram Stoker e o Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde (1886) de Robert Louis Stevenson, popularizado entre o público português como O Médico e o Monstro.

Para mais informações: página do IMDB

 

Bruno Lourenço

Fascinado por História da Arte e pelo Universo Criativo da Ficção, é um entusiasta consumidor de Banda Desenhada além de leitor assíduo de obras de Ficção Científica e de Terror, com particular predileção pelo Oculto e o Sobrenatural

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