“O Lugar do Morto” regressa aos cinemas
Durante anos, O Lugar do Morto foi o maior sucesso do cinema português. Agora, o filme realizado por António-Pedro Vasconcelos regressa às salas de cinema para ser descoberto por uma nova geração de cinéfilos.
A história centra-se em Álvaro Serpa, um jornalista divorciado com uma vida amorosa complicada, vê alguém que não conhece matar-se depois de uma luta com uma mulher a quem deu boleia. Intrigado com aquela misteriosa e sensual mulher, decide não contar à polícia sobre a boleia que lhe deu e investiga-a sozinho. Envolve-se com ela, mas ela continua demasiado misteriosa sobre a sua vida pessoal. Acaba por se envolver numa teia de homicídio, mistério e sexo por causa daquela mulher, que mal conhece.
O elenco principal inclui Ana Zanatti no papel de Ana Mónica e Pedro Oliveira como Álvaro Serpa. O filme conta ainda com as interpretações de Teresa Madruga, Luís Lima Barreto, Carlos Coelho e Isabel Mota. O argumento foi escrito por António-Pedro Vasconcelos em colaboração com Carlos Saboga.
O Lugar do Morto, de 1984, destacou-se como um marco no cinema nacional.
Este filme alcançou um sucesso notável nas bilheteiras, acumulando mais de 270 mil espectadores, um recorde que perdurou 26 anos, apenas superado posteriormente por O Crime do Padre Amaro.
Apesar da sua orientação comercial, o filme preserva características de cinema de autor, com uma narrativa que deixa questões em aberto e uma atmosfera sombria que explora temas como o destino e a obsessão.
O Lugar do Morto consolidou a posição de Vasconcelos como um dos realizadores mais proeminentes do cinema português. A sua realização recebeu elogios da crítica, destacando-se pela segurança e agilidade, evitando que a narrativa caísse na monotonia. O sucesso comercial e crítico de O Lugar do Morto abriu portas para os projectos seguintes, permitindo-lhe explorar diferentes géneros e temáticas ao longo da sua carreira.
No papel de Ana Mónica, Ana Zanatti ofereceu uma interpretação marcante que reforçou a sua reputação como uma das principais actrizes portuguesas. A sua presença carismática e a capacidade de transmitir a complexidade emocional da personagem contribuíram para o impacto duradouro do filme.
Pedro Oliveira, que era jornalista da RTP, trouxe autenticidade e profundidade ao papel de Álvaro Serpa. O seu desempenho foi crucial para a história misteriosa do filme.
Ao longo dos anos, O Lugar do Morto recebeu diversas homenagens e reposições. Em 2014, foi exibido no ciclo “20 Anos de Cinema Português”, destacando-se como uma obra marcante na história cinematográfica nacional.
O impacto do filme nos anos ’80 foi tema para uma reportagem emitida pela SIC Notícias em 2016, enfatizando o êxito de bilheteira e a relevância contínua no panorama do cinema português.
40 anos depois, O Lugar do Morto conserva uma importância cultural e artística ímpar, demonstrando ser uma referência significativa no contexto cinematográfico português.
O Lugar do Morto regressa a salas de cinema selecionadas a 6 de março, em cópia digital restaurada.
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.