Lançamento: “Fojo” de Osvaldo Medina
Fojo, foi lançada em Dezembro (em parceria com a Kingpin Books) a mais recente obra de Osvaldo Medina.
Um frio cortante, impiedoso. A neve abate-se, incessante, sobre uma aldeia quase isolada na montanha. Irrequietos, os lobos uivam sem descanso, adivinhando um passado sombrio que regressa para tormento dos locais, mergulhados em crendices obscuras da época, algures entre as duas Grandes Guerras. A morte anda à solta, revolve segredos e atrai todos para o fojo: os lobos, o misterioso assassino e os próprios aldeões. Quem sobreviverá no fim à ancestral armadilha?
Um relato cru e brutal do quotidiano de uma aldeia de outrora, assaltada no seu falso sossego pelos traumas e recantos mais negros que só o ser humano é capaz de destapar. Depois de vários álbuns em colaboração, Osvaldo Medina regressa a solo, assinando desta feita um poderoso romance gráfico, numa história com diálogos, uma estreia para o premiado autor.
fojo (fo·jo) nome masculino
- Armadilha para apanhar feras ou fazer cair o inimigo.
- Precipício que a neve cobre e disfarça à vista do viajante.
Segundo os seus editores:
Fojo é provavelmente a melhor obra de Osvaldo Medina, quer a nível de desenho, quer a nível de argumento. Se em Kong the King, o autor deu a primazia a um estilo extremamente solto, cartunesco, que mergulhava a sua inspiração claramente no seu trabalho na animação – e a um argumento linear, sem complexidades que perturbassem a mensagem algo “rousseauniana” do bom selvagem colocado face aos males da modernidade – em Fojo o autor adopta um registo bem mais realista e um argumento muito mais complexo, com flashbacks importantes para a compreensão da trama que se vai desenvolvendo na pequena aldeia do Norte, trama tecida por muitos fios narrativos e personagens diferentes.
A história de Fojo tem muito de um huis-clos clássico dos romances policiais. No espaço de uma aldeia dos anos 1920, cortada de todo o contacto com o exterior por uma forte tempestade de neve, de onde os habitantes não podem sair, nem podem entrar pessoas vindas de fora, o surgimento de um serial killer vestido com os tradicionais fato e máscara de careto vai desencadear um conjunto de eventos que irão mudar radicalmente o entendimento que os aldeões têm da sua localidade, das suas instituições e de si mesmos, e trazer ao de cima segredos e traumas que estavam até lá bem reprimidos.
Segredos e crimes ligados à vivência de alguns dos aldeões nos anos que levaram à Primeira Guerra Mundial, e à sua participação nessa Grande Guerra. Fojo é um livre terrível e duro, e uma história que se lê ansiosamente virando as páginas uma atrás das outras, até à sua resolução dramática e ao fojo do título.
Nascido em Angola, em Novembro de 73, Osvaldo Medina chega a Portugal no verão de 75. Vive em Lisboa desde então. Começa a desenhar e a ver as BDs que havia em casa muito antes de começar a primária. Ainda no ensino secundário começa a fazer “biscates” de ilustração que uma das suas professoras lhe encomendava. Em 1997 faz um pequeno curso de animação na produtora Animanostra (onde trabalha até hoje). Lança a sua primeira BD em 2009, A Fórmula da Felicidade, escrita por Nuno Duarte (e recentemente reeditada numa excelente edição integral pela Kingpin Books). Começa a dar aulas de animação em 2016 na Universidade Lusófona, isto sem deixar nunca de trabalhar em BD, animação, publicidade, ilustração, e em basicamente tudo o que envolva desenho. Depois de dois álbuns a solo (e mudos), Kong the King vols. 1 e 2, assina com Fojo o seu primeiro romance gráfico com diálogos.
144 pgs., duas cores, capa dura.
Formato: 20 x 28
ISBN:978-989-8673-57-2
PVP: 23,99€
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.