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Jogos: Zefyr: A Thief’s Melody – Análise

Zefyr: A Thief’s Melody é uma carta de amor aos clássicos de aventura.

Zefyr: A Thief’s Melody

Jogo: Zefyr: A Thief’s Melody
Disponível para: PC
Versão testada: PC
Desenvolvedor: Oneiric Worlds
Editora: Oneiric Worlds

Zefyr: A Thief’s Melody
A primeira vez que liguei Zefyr: A Thief’s Melody, senti que estava perante um daqueles jogos perdidos da era GameCube, redescoberto numa prateleira empoeirada de videoclube e trazido de volta à vida em pleno século XXI. Desenvolvido inteiramente por uma única pessoa ao longo de doze anos, este título indie mergulha de cabeça na nostalgia — e não apenas porque andamos às costas de uma tartaruga gigante a atravessar um mar aberto.

O jogo segue Zefyr, um ladrão em formação, apanhado numa teia de raptos misteriosos e numa estranha praga que ameaça um arquipélago vibrante. O que começa como traquinice — roubar ovos ou procurar roupas — acaba por se transformar numa jornada emotiva feita de exploração, empatia e, claro, caça ao tesouro.

A nível de jogabilidade, Zefyr inspira-se claramente nos clássicos da Nintendo 64 e GameCube. Lembra o encanto aventureiro de Wind Waker, misturado com o tom peculiar de Beyond Good & Evil. Os jogadores vão coleccionando ferramentas — ganchos, fisgas, bombas, luvas magnéticas — para ultrapassar obstáculos, resolver puzzles ambientais engenhosos e evitar guardas distraídos. O combate não é o ponto forte — tende para o “esmagar de botões” ou ataques furtivos cómicos — mas encaixa no tom leve e descontraído do jogo.

Zefyr: A Thief’s Melody

Mesmo com todos os elogios, a verdade é que há falhas. O controlo nas secções de plataformas pode ser impreciso, e a ausência de marcadores no mapa dificulta a navegação e o acompanhamento das missões. No entanto, essas imperfeições acabam por fazer parte do charme: aqui, o objectivo é explorar, perder-se, descobrir cada cantinho como se estivéssemos novamente a jogar Star Fox Adventures ou Chibi-Robo! pela primeira vez.

Mas o que realmente distingue Zefyr é o coração que carrega. O estilo visual é acolhedor e expressivo, o mundo reage subtilmente às nossas acções, e a banda sonora acompanha cada momento com delicadeza. Não se trata apenas de cumprir objectivos — trata-se de curar criaturas com fruta, ajudar a irmã ou fazer amizade com um robô rabugento numa ruína esquecida.

Zefyr: A Thief’s Melody

Resta concluir que, com todas as suas arestas, Zefyr: A Thief’s Melody cumpre o que promete: lembrar-nos porque é que gostamos tanto de videojogos. Não é perfeito — mas é cheio de alma, e isso vale muito mais do que se pensa.

Nota: 7,5/10

 

António Moura

Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.

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