Jogos: Two Point Museum – Análise
Two Point Museum é uma exposição bem-humorada e repleta de caos.
Jogo: Two Point Museum
Disponível para: PC, PlayStation 5, Xbox Series
Versão testada: PlayStation 5
Desenvolvedor: Two Point Studios
Editora: SEGA
Gostava de dizer que Two Point Museum é apenas um jogo sobre gerir um museu, mas, na realidade, trata-se de como o aperto frio da eficiência acaba por esmagar as tuas aspirações criativas. Começas entusiasmado, pronto para desenhar o centro cultural perfeito, apenas para perceber que vais acabar por enfiar máquinas de snacks ao lado de fósseis antigos porque os indicadores de satisfação dos visitantes assim o exigem.
Fiel ao espírito da Two Point Studios, esta nova entrada na série de simulação de gestão está repleta de charme, humor e um número avassalador de sistemas para controlar. Pega no caos delicioso de Two Point Hospital e Two Point Campus e eleva-o a outro nível, oferecendo um museu cheio de exposições peculiares, ladrões travessos e uma lista interminável de tarefas — desde contratar funcionários especializados até evitar assaltos feitos através das sanitas. Sim, há criminosos equipados com fatos de mergulho que entram pelos esgotos para roubar os teus artefactos.
O ponto forte do jogo está nos seus detalhes incríveis e no humor absurdo. Cada tipo de visitante tem as suas próprias preferências: professores anseiam por conhecimento, crianças querem exposições cheias de luzes e sons, e góticos, naturalmente, só querem ser transformados em vampiros. A personalização está mais profunda do que nunca, com ferramentas que permitem tanto a expressão criativa como a eficiência logística, garantindo que os visitantes passem inevitavelmente pela loja de lembranças depois de se maravilharem com os teus artefactos (por vezes roubados).
Mas, com toda essa profundidade, vem também uma sensação inegável de sobrecarga. Há tantas mecânicas sobrepostas—expedições, investigação de exposições, formação de funcionários, expansão do museu—que, por vezes, parece que estás a lutar contra uma folha de Excel em vez de criar um espaço divertido e envolvente. A tentativa do jogo de equilibrar criatividade e microgestão é ambiciosa, mas muitas vezes pende para esta última, tornando a experiência mais exaustiva do que deveria.
Dito isto, Two Point Museum continua a brilhar como um simulador de gestão inovador e cheio de personalidade. A enorme variedade de exposições, interações com visitantes e decisões estratégicas mantém o jogo envolvente, mesmo quando o peso das suas inúmeras mecânicas começa a desgastar.
Nota: 6,5/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.