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Jogos: The Hundred Line – Last Defense Academy – Análise

The Hundred Line – Last Defense Academy é um jogo surpreendente que mistura vários géneros numa bola de energia fantástica.

The Hundred Line – Last Defense Academy
Jogo: The Hundred Line – Last Defense Academy
Disponível para: PC, Nintendo Switch
Versão testada: Nintendo Switch
Desenvolvedores: Too Kyo Games, Media.Vision Inc.
Editora: Aniplex Inc.

The Hundred Line – Last Defense Academy
Não há como negá-lo: Kazutaka Kodaka e Kotaro Uchikoshi são duas das figuras mais icónicas do mundo das visual novels, com jogos como Danganronpa e a série Zero Escape nos seus portefólios. Se alguma vez tiveram curiosidade em saber o que conseguiriam criar juntos, aqui está a resposta: um jogo que é, ao mesmo tempo, um thriller narrativo e um RPG tático — uma experiência ambiciosa, que consegue ser simultaneamente familiar e refrescantemente original.

Passado numa cidade selada conhecida como Complexo Residencial de Tóquio, os jogadores assumem o controlo de Takumi Sumino, um estudante comum cuja vida é virada do avesso por uma súbita invasão de monstros. Após uma transformação dramática provocada por uma estranha entidade chamada Sirei, Takumi é recrutado para a Last Defense Academy, juntamente com outros 14 estudantes. A sua missão? Sobreviver e defender a escola de misteriosos Invasores durante 100 dias. Naturalmente, com este duo de argumentistas, há muito mais em jogo do que aquilo que é inicialmente revelado.

The Hundred Line – Last Defense Academy

Embora a premissa do jogo explore território já bem conhecido, The Hundred Line não é apenas mais um “jogo de morte”. Em vez disso, troca eliminações fatais por uma estrutura de sobrevivência a longo prazo, permitindo que as personagens evoluam e as relações se aprofundem. Esta estrutura cria espaço para um dos maiores pontos fortes do jogo: o seu elenco. As personagens são exageradas, como é habitual no estilo de Kodaka, mas estão bem desenvolvidas e revelam-se frequentemente surpreendentes. De um elitista com máscara de tomate a um rufia de bom coração, as personalidades são ousadas, mas raramente superficiais.

Visualmente, o jogo faz lembrar fortemente Danganronpa, graças ao designer de personagens Rui Komatsuzaki e ao compositor Masafumi Takada. A direção artística destaca-se pelo contraste, e a banda sonora acompanha com mestria tanto os momentos tensos como os mais leves.

The Hundred Line – Last Defense Academy

Em termos de jogabilidade, The Hundred Line equilibra cuidadosamente os elementos táticos e narrativos. O combate em grelha é acessível, mas não simplista — inspirado por jogos como Fire Emblem, mas com sistemas próprios, como o medidor de Voltagem e as habilidades de último recurso. Cada unidade (leia-se: estudante) tem características e funções únicas, acrescentando profundidade estratégica. Fora das batalhas, existem mecânicas de tempo livre que permitem desenvolver relações, melhorar personagens e explorar — tudo contribuindo para os sistemas de estatísticas e progressão do jogo.

Há um ligeiro problema de ritmo nas fases iniciais, pois algumas funcionalidades demoram a ser desbloqueadas. Mas, uma vez que os sistemas estão todos ativos, é difícil largar o jogo. A história, carregada de mistério, lança constantemente novas perguntas, e os múltiplos finais acrescentam valor de rejogabilidade para além da campanha principal.

The Hundred Line – Last Defense Academy

Resta concluir que The Hundred Line – Last Defense Academy não é apenas um mimo para os fãs de Danganronpa — é uma experiência híbrida e arrojada que explora, com confiança, novos caminhos.

Nota: 8/10

António Moura

Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.

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