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Jogos: Discounty – Análise

Em Discounty, não estás apenas a encher prateleiras, estás a dar esperança à terra.

Discounty

Jogo: Discounty
Disponível para: PC, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series
Versão testada: Nintendo Switch
Desenvolvedora: Crinkle Cut Games
Editora: PQube
Data de lançamento: 21/08/2025

Discounty

A premissa tem um certo encanto acolhedor, mas com um travo de melancolia. Blomkest não é a aldeia perfeita de um postal, é um lugar que já passou o seu auge, mas está cheio de histórias e segredos. Os habitantes olham-te de lado no início, e conquistar a sua confiança é tão importante como fechar as contas no verde. Entre reabastecer frutas e legumes e montar promoções, vais acabar a arranjar cancelas (por vezes, literalmente), a fazer negócios com produtores locais e até a correr atrás de uma ovelha fugida, se isso ajudar a abrir novas oportunidades.

O que distingue Discounty é a mistura de simulador de gestão com simulador de vida. Vais planear a disposição da loja, escolher onde colocar prateleiras e decoração e manter tudo impecável, até varrendo o chão com as tuas próprias mãos. As entregas chegam, o stock tem de ser controlado e, se o leite acabar antes da azáfama da manhã, vais sentir o aperto. Passar produtos na caixa é uma tarefa prática, obrigando-te a introduzir preços e totais à mão, o que dá um ritmo estranhamente satisfatório às tardes mais cheias.

Discounty

Fora do horário da loja, das 8h às 16h, és livre de correr a vila, conhecer vizinhos, aceitar recados e explorar recantos, alguns com mistérios pouco discretos, como uma mata cercada por avisos de perigo biológico que parece pedir para ser investigada. O lado de “roleplay” permite-te decidir se queres ser o merceeiro afável que ajuda a vila a renascer ou o empresário impiedoso que põe o lucro acima de tudo.

O criador de personagens oferece uma boa variedade de personalização, incluindo várias combinações de cores para roupa e acessórios. O PDA é o teu centro de operações, serve para acompanhar objetivos, gerir entregas e reorganizar o espaço da loja sem te perderes em menus labirínticos. Os tutoriais, guiados pela simpática Grace, são curtos, diretos e põem-te com a loja a funcionar em poucos minutos.

Discounty

O que torna Discounty mais do que um simples “compra e vende” é a camada narrativa. Os moradores de Blomkest não são bonecos vazios, têm memórias, rancores e necessidades. Ganha a sua confiança e oferecerão melhores negócios ou informações úteis; perde-a e vais sentir as consequências tanto na carteira como na boca do povo. O jogo deixa no ar um mistério maior por detrás da sua fachada pitoresca, aqueles sinais de perigo biológico na mata não estão lá por acaso.

Discounty é acolhedor e convidativo, com um estilo visual quente, uma banda sonora suave e personagens que parecem saídas de um livro de histórias que podíamos ter lido em miúdos, ainda que com alguns capítulos mais sombrios. A mistura de gestão de loja, exploração e construção de relações cria um ciclo de jogo viciante, e as escolhas morais dão peso às tuas ações para lá do lucro diário.

Quer estejas a alinhar maçãs em pirâmides perfeitas ou a espreitar os limites daquela mata suspeitamente interditada, Discounty oferece a mistura certa de rotina e descoberta que nos faz dizer: “Só mais um dia.”

Discounty

Se Animal Crossing tivesse um romance com Stardew Valley na arrecadação de um minimercado, Discounty seria provavelmente o seu filho ambicioso, mas de maneira discreta.

Nota: 7/10

António Moura

Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.

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