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Jogos: Deathless: The Hero Quest – Análise

Deathless: The Hero Quest combina a construção de baralhos ao estilo roguelike com a mitologia eslava, oferecendo uma estratégia profunda, arte arrepiante e combates brutais, mas gratificantes.

Deathless: The Hero Quest

Jogo: Deathless: The Hero Quest
Disponível para: Nintendo Switch, PC, PlayStation 5, Xbox Series
Versão testada: PlayStation 5
Desenvolvedora: 1C Game Studios
Editora: Fulqrum Publishing Ltd.


Deathless: The Hero Quest não se limita a flertar com a mitologia eslava, dança com ela através de florestas de aves de fogo, bruxas e cadáveres inquietos. Este deck-builder roguelike exibe com orgulho a sua inspiração em Slay the Spire, mas torce a fórmula com um sentido assombroso de lugar e uma camada de posicionamento táctico que faz com que cada batalha pareça um conto de fadas sombrio a ganhar vida.

No seu cerne, este é um roguelike clássico. Escolhe-se um de quatro heróis, cada um com um estilo de jogo distinto, Dobrynya, o cavaleiro resiliente que se cobre de armadura antes de desferir golpes trovejantes, ou Varvara, a manipuladora de cadáveres empunhando um chicote, que prospera no caos do campo de batalha. Cada partida leva-te por caminhos ramificados, cheios de monstros, tesouros e dilemas morais. O caminho mais difícil quase sempre te seduz, e também te castiga.

Deathless: The Hero Quest

O que realmente distingue Deathless é o seu combate posicional. Os inimigos alinham-se, e os cadáveres não desaparecem simplesmente, permanecem no terreno, bloqueando ataques e obrigando-te a planear em torno deles. Alguns heróis chegam mesmo a arrastar estes corpos para o seu lado, usando-os como escudos improvisados. É macabro, sim, mas mecanicamente brilhante, acrescentando uma camada de estratégia rara entre os roguelikes baseados em cartas.

Visualmente, é encantador: arte 2D desenhada à mão, com um toque de livro de histórias, contrastando de forma bela com as criaturas mitológicas grotescas. A banda sonora vibra com um temor ancestral, e as animações fluem suavemente, permitindo até encadear ataques a meio da animação para manter o ritmo dos combates.

Ainda assim, apesar da sua beleza, o jogo tropeça ligeiramente no equilíbrio. A curva de dificuldade sobe demasiado cedo, e o conjunto de cartas parece um pouco limitado, com demasiadas pequenas melhorias e poucas combinações ousadas e definidoras de builds.

Mesmo assim, Deathless: The Hero Quest é uma experiência sombria e hipnotizante, indispensável para os fãs de roguelikes e de jogos de estratégia que procurem algo novo, envolto em mito e com um bom desafio.

Nota: 8/10

António Moura

Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.

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