Central Comics

Banda Desenhada, Cinema, Animação, TV, Videojogos

Jogos: Death end re;Quest: Code Z – Análise

Death end re;Quest: Code Z é a mais recente entrada no catálogo imprevisível de RPGs da Compile Heart e aposta fortemente na experimentação, tanto a nível narrativo como mecânico. Embora a fusão característica da série entre imagética de terror e narrativa surreal esteja de regresso, este derivado luta para alcançar a coesão e o polimento que definiram os seus antecessores.

Death end re;Quest: Code Z

Jogo: Death end re;Quest: Code Z
Disponível para: PC, PlayStation 4, PlayStation 5
Versão testada: PlayStation 5
Desenvolvedor: Idea Factory, Compile Heart
Editora: Reef Entertainment

Death end re;Quest: Code Z

Situado em World DE-1.5, uma Terra espelhada criada pela personagem recorrente Iris, Code Z retoma elementos dos dois jogos anteriores sem grande esforço para contextualizar novos jogadores. A narrativa exige familiaridade prévia, lançando os jogadores numa realidade fragmentada, onde a nova protagonista, Sayaka Hiwatari — uma Luden — descobre verdades enigmáticas sobre a sua existência, enquanto antagonistas doppelgängers semeiam o caos. A premissa é rica, mas o ritmo mal gerido e a superficialidade das dinâmicas entre personagens enfraquecem o impacto. Sayaka revela potencial, mas sente-se estranhamente isolada das personagens regressadas, resultando num elenco desconexo e pouco desenvolvido.

A transição de RPG tradicional por turnos para dungeon crawler roguelike é ousada, mas está longe de ser bem-sucedida. O combate estratégico e baseado em combinações dá lugar a movimentos em grelha, ataques de botão único e ciclos repetitivos que rapidamente se tornam enfadonhos. A mecânica de sanidade, embora conceptualmente alinhada com as raízes de terror da série, revela-se uma enorme frustração. Com a recuperação limitada a itens raros ou saídas completas das masmorras, a mecânica parece menos um desafio de sobrevivência tensa e mais uma punição assente na sorte.

Death end re;Quest: Code Z

A acrescentar à complexidade está o sistema “Death End”. Estas cenas sombrias — e muitas vezes grotescas — estão diretamente ligadas à progressão: morrer de formas específicas concede pontos de habilidade. É uma fusão engenhosa entre narrativa e jogabilidade, mas que se torna cansativa. Caçar mortes específicas de inimigos ou repetir andares apenas para desbloquear melhorias mínimas transforma a mecânica num processo penoso, especialmente com taxas de aparecimento de inimigos inconsistentes e obstáculos que drenam a sanidade.

Code Z tem momentos de brilho. A personalização de armas é gratificante, e o jogo mantém o estilo visual distintivo da Compile Heart, desde os designs de personagens marcantes até aos temas sci-fi bem elaborados. No entanto, visuais fortes e ideias ambiciosas não salvam um jogo sobrecarregado por mecânicas desajeitadas, narrativa fraca e falta de direção.

Death end re;Quest: Code Z

A menos que sejas um fã fervoroso da franquia, Death end re;Quest: Code Z é difícil de recomendar. As ambições são notórias, mas a execução falha mais vezes do que acerta.

Nota: 4/10

António Moura

Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Verified by MonsterInsights