Jogos: Days Gone Remastered – Análise
Days Gone Remastered chegou à PlayStation 5 e, ao contrário de muitas reedições que apenas melhoram a resolução e pouco mais, esta vai mais fundo.
Jogo: Days Gone Remastered
Disponível para: PlayStation 5
Versão testada: PlayStation 5
Editora: Sony Interactive Entertainment
Se algo me impressionou em Days Gone Remastered, logo desde o início, foi o facto de não se tratar apenas de uma versão mais brilhante do título de 2019 – é uma iteração mais atmosférica e tecnicamente refinada, reinventada para realçar melhor o horror e a dureza do seu mundo pós-apocalíptico.
Visualmente, o remaster apresenta uma das melhorias mais marcantes na iluminação alguma vez vistas numa reedição. Onde o original sofria com visuais saturados, especialmente à noite, esta nova versão transforma a escuridão numa vantagem, e não numa falha. A meia-noite já não parece o entardecer disfarçado – é verdadeiramente ameaçadora. O novo trabalho de iluminação adiciona contraste e ambiente, com o farol da mota de Deacon a rasgar a escuridão como se fosse o holofote de um filme de terror. Isto acrescenta tensão, imersão e, acima de tudo, personalidade.
Contudo, esse salto visual traz consigo um compromisso. A qualidade da imagem dá um passo atrás, especialmente em comparação com a versão da PS4 a correr por retrocompatibilidade.
É uma troca: melhor iluminação e estabilidade, em troca de visuais ligeiramente mais baços. Felizmente, em condições normais de jogo, a maioria dos jogadores provavelmente não notará – a menos que estejam a examinar os píxeis ao detalhe.
A nível mecânico, Days Gone foi ajustado para tirar partido do hardware da PS5. O comando DualSense acrescenta peso tátil à experiência – desde a resistência do acelerador da mota até ao impacto de um golpe corpo-a-corpo bem colocado. A natureza selvagem do Oregon também parece mais viva (ou morta-viva), com distâncias de visão e sombras melhoradas, que aumentam a escala e a imersão no mundo aberto.
Em termos de conteúdo, o jogo é o mesmo – para o bem e para o mal. Days Gone Remastered não procura reinventar a narrativa, o que significa que a história continua a ser um misto. É uma aventura extensa, que cruza motards com um surto de zombies, cheia de atmosfera, mas que muitas vezes não atinge a profundidade emocional a que aspira. As trajetórias das personagens são envolventes, mas os momentos emocionalmente fortes continuam a parecer apressados, com pouco impacto devido a um desenvolvimento insuficiente.
Entre as novidades, destacam-se os modificadores de dificuldade, como o modo Permadeath brutal e o intenso Horde Assault, ambos pensados para jogadores experientes à procura de novos desafios. A acessibilidade também foi melhorada, com opções como velocidade de jogo ajustável, narração dos menus e assistências visuais/áudio.
Resta concluir que, sejas fã ou nunca tenhas jogado o original, esta é, sem dúvida, a melhor forma de viver o mundo de Deacon. Não é uma reabilitação total da reputação inconsistente do jogo original, mas é um remaster cuidadoso, que respeita a obra base ao mesmo tempo que introduz melhorias inteligentes.
Nota: 8,5/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.