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Jogos: Bye Sweet Carole – Análise

Bye Sweet Carole é uma aventura 2D assombrosamente bela, que mistura o encanto dos contos de fadas com o horror psicológico, onde a magia da Disney encontra o pavor dos pesadelos.

Bye Sweet Carole

Jogo: Bye Sweet Carole
Disponível para: Nintendo Switch, PC, PlayStation 5, Xbox Series
Versão testada: Nintendo Switch
Desenvolvedora: Little Sewing Machine
Editora: Maximum Entertainment

Bye Sweet Carole

Bye Sweet Carole é uma criatura estranha, bela, ambiciosa e, sem dúvida, confusa. Desenvolvido pelo estúdio Little Sewing Machine e liderado por Chris Darril (conhecido por Remothered), é um salto ousado do terror em 3D para uma aventura narrativa desenhada à mão em 2D. Imagina Alice no País das Maravilhas reimaginada por um autor de terror que secretamente adora a Disney.

Jogas como Lana, uma jovem órfã que parte à procura da sua amiga desaparecida, Carole, apenas para cair em Corolla, um mundo feito de sonho e pesadelo em partes iguais. É uma história mergulhada em melancolia e mistério, onde coelhos falantes e monstros de alcatrão coexistem sob céus em tons pastel. A premissa parece um conto sombrio, mas o tom nunca se fixa totalmente. Num momento é fantasioso e nostálgico; no seguinte, estás a ver a cabeça de uma rapariga cair e transformar-se numa aranha. Essa constante oscilação é fascinante, mas também desconcertante, o jogo luta para conciliar a sua dupla identidade.

Bye Sweet Carole

Visualmente, contudo, Bye Sweet Carole é hipnotizante. Cada cenário parece um fotograma perdido de um filme de Don Bluth, cada cena um conto infantil distorcido. Infelizmente, a animação nem sempre acompanha essa beleza, há ciclos repetidos, sincronização labial rígida e ilustrações irregulares que, por vezes, quebram o encanto. Junta-lhe ecrãs de carregamento longos e ocasionais falhas de câmara, e a imersão sofre.

A jogabilidade é centrada na narrativa: pequenos puzzles, perseguições furtivas, alguma exploração e combates pouco inspirados. Funciona, tem o seu charme, mas raramente empolga. A verdadeira magia está nas suas camadas emocionais, uma reflexão sobre o papel das mulheres, a repressão e a auto-libertação. A escrita oscila entre o profundo e o ingénuo, mas possui uma sinceridade difícil de ignorar.

A banda sonora é arrepiante, a interpretação vocal é sentida. É imperfeito, sim, mas Bye Sweet Carole permanece na mente, como uma canção de embalar sombria da qual não consegues escapar.

Bye Sweet Carole

Em conclusão, Bye Sweet Carole é um sonho imperfeito, mas inesquecível, e está destinado a assustar uma geração.

Nota: 6,5/10

António Moura

Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.

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