Jogos – Análise: Shinsekai Into The Dephts
Antes de começar este texto gostava de avisar o leitor. A minha apreciação por metroidvanias pode assustar qualquer um. Concordo que os jogos que criaram este gênero são verdadeiras obras primas, mas, normalmente, no meu caso são jogos que demoram a fazer-me gostar deles. Aconteceu com Metroid, aconteceu com Castlevania e até com Hollow Knight, que acabou tornando-se um dos meus jogos de eleição, e agora espero impacientemente por Hollow Knight: Silksong. E, este Shinsekai Into The Dephts não foi diferente.
Quando abri o jogo a primeira vez fiquei um pouco confuso. Sabia que se tratava de um jogo passado debaixo de àgua, nas profundezas do oceano, mas, fora isso pouco sabia. Eis que me apresentam um mergulhador dentro de uma cabine e, pronto, cá vamos nós a jogo. Tenho que admitir que esta introdução não foi vista por mim com os melhores olhos. Atirarem alguém para um jogo sem explicação alguma do que se passa ou o que andamos a fazer é talvez das piores ideias de sempre. Mas, tudo faz sentido quando entendemos como realmente o jogo funciona. Temos quatro objetivos principais: explorar, encontrar espécies marítimas, escavar materiais e combate. As três primeiras são simplesmente básicas, podemos dar um pouco de enfâse à exploração, já que andamos sempre de um lado para o outro atrás de um objetivo ou, a tentar descobrir como sair de alguma encruzilhada em que nos metemos e, ao facto dos materiais que vamos encontrando ao longo do caminho servem para fazer atualizações no nosso fato, nas armas que encontramos ou criar itens que podem ser uteis durante a nossa jornada.
No entanto, é no combate que a situação se torna ainda mais interessante. No fundo lutamos contra duas coisas: animais marítimos (acho que faz todo o sentido…certo?) e contra o próprio ambiente. Como o jogo passa-se todo debaixo de água às vezes não temos noção, mas há uma questão que vai assombrar os jogadores: “Por que raio estamos sempre debaixo de água? O que aconteceu à Terra?”. A realidade é que todo o gelo que nos atormenta ao longo do jogo mostra de forma subtil o destino do planeta. Quanto aos animais marítimos, definitivamente o mais divertido de se fazer é a forma como vamos abordar cada inimigo. Vamos disparar um arpão contra eles? Vamos utilizar o arpão retrátil para os puxar para nós e atacamo-los com a nossa arma de mão? Vamos brutalmente atacá-los com a arma de mão sem que nada o fosse prever? As possibilidades são infinitas e, a verdade é que tudo torna-se mais divertido quando podemos ser imprevisíveis.
Graficamente é um jogo que me deixou um pouco preocupado, para ser sincero. Apenas tive possibilidade de jogar em modo portátil, mas, sentia que os gráficos podiam ser melhores. Atenção, a vida do jogo é algo de soberbo. Especialmente a marítima a passear de um lado para o outro ou até mesmo as interações do nosso micro companheiro robô com o ambiente que pode fazer o jogador ficar só a ver o que ele anda a fazer quando não está por perto. Mas, há algo ali que me incomoda. O jogo por vezes torna-se difícil de se ver e até existem momentos em que aparenta ter um granulado preto que vai formando áreas também elas granuladas. Sinceramente, é algo que não entendo e acabo por se tornar o ponto mais fraco do jogo. Entendo que a origem dele (o jogo saiu primeiramente na Apple Arcade) pode ter feito com que este tenha fica esquisito na Nintendo Switch mas, não existe nada que faça com que os gráficos saibam assim tão mal. No entanto, a música é fantástica. Pode ser uma música relaxante a maioria do tempo, mas, quando chega uma situação em que a nossa personagem pode correr perigo, preparem-se, pois vão sentir uma descarga de adrenalina absurda.
Resta concluir que, Shinsekai Into The Dephts foi uma bela surpresa. Não esperava gostar tanto deste pequeno metroidvania e espero que existam mais aventuras do gênero por parte da Capcom porque se seguirem este caminho, irão estar sempre no caminho correto.
Nota Final: 7/10
Shinsekai Into The Dephts está disponível para Apple Arcade e Nintendo Switch (versão testada)
O Central Comics agradece à CAPCOM
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.