Jogos: Análise – Little Nightmares II
Desenvolvido pela Tarsier Studios, Little Nightmares II foi lançado a 11 de fevereiro de 2021 para as principais plataformas, como: PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch, Google Stadia, bem como no PC. Aqui voltamos a revisitar os nossos piores pesadelos mas agora com uma nova personagem.
E o que esperar desta (muito provavelmente inesperada) sequela do jogo de 2017? Pois… parecia que não pudesse haver um seguimento, mas pesadelos temos uma vida inteira e pelos vistos há muita matéria prima para explorar.
Poder-se-ia dizer que Little Nightmares 2 acaba por ser mais do mesmo, mas neste caso consegue ultrapassar em muito o jogo original. Para quem não conhece a (agora) franquia, são jogos de quebra-cabeça ao estilo plataforma com elementos de mistério e terror. Conduzimos uma personagem (criança), na terceira pessoa vista de lado e quase sempre da esquerda para a direita, embora haja muitas variáveis tanto no sentido, como na direcção, pelo caminho.
E o que é que estes jogos têm de especial. Bom, eles misturam dois estilos que eu pensava que eram incompatíveis que é o querido e fofinho, e o medo e o terror. A nossa personagem é uma super fofa criança que só apetece apertar e dar beijinhos, mas no entanto passa por situações que me fizeram muitas, e muitas vezes, ficar com pele de galinha. Aliás, só de pensar nelas voltei arrepiar-me no preciso momento que estou a escrever estas linhas.
Andamos então aparentemente sem rumo com o objectivo de sair de um pesadelo(?), num mundo horripilante e atmosférico onde ora temos de fugir de… digamos… grotescos monstros… ou resolver pequenos puzzles para poder ir avançando na nossa aventura. Por aí é tudo semelhante ao primeiro jogo. Mas esta sequela trás várias novidades.
Além de me ter parecido um pouco mais longo, tem cenários e cenas bem mais horripilantes que o primeiro. Se o primeiro já me tinha dado arrepios, este deu-me mais do dobro. Depois disso, temos alguns extras novos: podemos ir coleccionado chapéus que se encontram escondidos nos cenários (alguns são bem difíceis de encontrar) e com eles mudar o nosso aspecto, e, semelhante ao primeiro jogo onde podíamos ir acendendo lanternas com o nosso isqueiro, aqui esse acto banal é substituído pela busca em encontrar umas espécies de fantasmas, chamados de glitches, que, acompanhado com música à altura, são optimos para darmos um salto do sofá quando eles aparecem.
Existem ainda outras novidades. Eis aquelas que me parecem mais relevantes: Repartimos parte do tempo com um companheiro com quem podemos, digo, temos de interagir, dando aqui uma dinâmica completamente diferente; A nossa personagem fala, ou pelo menos emite sons, que serve, por exemplo, para chamar o nosso companheiro para o pé de nós; e há ainda a possibilidade de pegar em objectos e atacar os nossos inimigos.
Com uma banda sonora incrível, maravilhosos cenários interactivos e a mistura de personagens fofinhas e macabras este jogo é tudo o que o primeiro é, mas com um 1 ou 2 red bulls – Mais interessante, mais assustador, mais rápido nas telas de carregamento, mais bonito, mais jogável e mais desafiante.
Como contra talvez só a questão de ser um jogo muito linear e que tão cedo não dá para jogar de novo visto que nada muda de uma partida para a outra. Tudo está no mesmo lugar e por isso não nos traz muito mais do que isso. Só se voltarmos para descobrir os glitches e os chapéus que nos falharam da primeira vez, ou então tentar desbloquear os troféus.
Deixem-me só dizer que este foi, muito provavelmente o jogo com o final mais marcante que tive a oportunidade de experienciar. Se no fim do primeiro temos uma conclusão meio aberta mas algo esperançosa, aqui temos um destino muito diferente, sombrio e que me fez pensar no significado da vida. Só vos posso dizer: que final tão triste e ao mesmo tempo bonito!
Assim, para este jogo assustadoramente belo, dou uma classificação de 90%. Só não leva mais pela questão de ser pouco rejogavel (a palavra não existe, mas não quero saber).
Jogo testado numa Playstation 4.
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Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.