Festival de Cannes: revelado alinhamento de 2025
De 13 a 24 de maio, o Festival de Cannes 2025 promete uma edição repleta de descobertas cinematográficas, com grandes nomes em competição, estreias muito aguardadas e uma forte presença de estreantes promissores.

A abertura do festival dá-se com Partir un Jour, a primeira longa-metragem de Amélie Bonnin, exibida fora de competição. Esta escolha simboliza o espírito renovado desta edição, que aposta tanto na inovação como na consagração.
Competição Oficial: Clássicos reinventados e apostas ousadas
A Competição Oficial conta com uma combinação de autores consagrados e vozes emergentes. Wes Anderson regressa com O Esquema Fenício, enquanto Ari Aster apresenta o enigmático Eddington. Os irmãos Dardenne propõem Jeunes Mères, e Julia Ducournau, vencedora da Palma de Ouro em 2021, regressa com o misterioso Alpha.

Outros destaques incluem Renoir Hayakawa de Chie Hayakawa, que promete uma abordagem singular à história e à arte; The History of Sound de Oliver Hermanus, baseado no conto de Ben Shattuck; O Agente Secreto do brasileiro Kleber Mendonça Filho, inspirado em Joseph Conrad.

A competição também dá palco a cineastas como Joachim Trier, Jafar Panahi, Kelly Reichardt, Carla Simón e Sergei Loznitsa, num alinhamento que cruza origens geográficas distintas e estilos.
Un Certain Regard: Uma vitrina de novos olhares
A secção Un Certain Regard destaca-se este ano pelo elevado número de estreias mundiais e primeiras obras. Entre os nomes em evidência estão The Mysterious Gaze of the Flamingo, estreia do chileno Diego Céspedes; Eleanor the Great, primeira incursão de Scarlett Johansson na realização; Urchin de Harris Dickinson, e Aisha Can’t Fly Away do egípcio Morad Mostafa.

Com obras de Kei Ishikawa, Francesco Sossai e Matteo Zoppis & Alessio Rigo de Righi, esta secção mantém o seu estatuto de terreno fértil para a descoberta.
Fora de Competição e Sessões Especiais: Blockbusters, documentários e homenagens
Fora de competição, destaca-se a estreia de Missão: Impossível – O Ajuste de Contas Final, de Christopher McQuarrie, e o drama intimista Vie Privée, de Rebecca Zlotowski. Já Colours of Time, de Cédric Klapisch, promete encantar com a sua sensibilidade habitual.

Nas sessões especiais, o documentário Stories of Surrender revela o lado mais pessoal de Bono, vocalista dos U2. Há ainda espaço para a animação com A Magnificent Life, de Sylvain Chomet, e o drama familiar Tell Her That I Love Her , de Romane Bohringer.

Cannes Première e Sessões da Meia-Noite
Em Cannes Première, nomes como Fatih Akin, Sebastián Lelio, Raoul Peck e Kirill Serebrennikov apresentam obras de forte densidade política e estética. Já nas sessões da meia-noite, espera-se tensão e energia com filmes como Exit 8, de Genki Kawamura, e o thriller neon Sons of the Neon Night, de Juno Mak.
Cinema português em força na Croisette (actualizado a 24 de abril)
O Festival de Cannes fechou recentemente a sua seleção oficial com novos títulos anunciados. O Riso e a Faca, de Pedro Pinho, integra a secção Un Certain Regard do Festival de Cannes 2025, e o filme Magalhães, do realizador filipino Lav Diaz, surge em destaque na secção Cannes Première. Era uma vez em Gaza, dos irmãos gémeos Arab e Tarzan Nasser, é a única presença oficial lusa na competição principal.

O Riso e a Faca, produzido por Uma Pedra no Sapato e Terratreme Filmes, é uma sátira contemporânea sobre poder e representação, que cruza teatro e política num registo provocador e visualmente ousado. A obra marca o regresso do realizador português à Croisette após A Fábrica de Nada.
Magalhães é uma coprodução com a Rosa Filmes, protagonizada por Gael García Bernal no papel do navegador português Fernão de Magalhães (1480–1521), figura central da primeira viagem de circum-navegação. O filme contou com apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) e teve filmagens em Portugal e Espanha.

Era uma vez em Gaza, é uma coprodução entre Portugal, França, Alemanha e Palestina, foi parcialmente rodado no Algarve e é uma obra profundamente actual, enquadrada no espírito político e humanista que esta edição do festival parece querer destacar. A produção contou com o apoio do ICA e da RTP.
Juliette Binoche preside ao Júri da 78ª edição do Festival de Cinema de Cannes.
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.