Dragon Age: The Veilguard – Regresso imbatível
Dragon Age: The Veilguard chega como a mais recente entrada na aclamada série, trazendo consigo um misto de acertos e alguns desafios.
Jogo: Dragon Age: The Veilguard
Disponível para: PC, PlayStation 5, Xbox Series
Versão testada: PlayStation 5
Desenvolvedor: BioWare
Editora: Electronic Arts
Dragon Age é uma série que não me é estranha, mas nunca me chamou assim tanto à atenção. Sei dar o seu valor para a história dos videojogos, mas nunca me pareceu assim nada de mais. No entanto, isso não quer dizer que nunca tinha jogado, já que experienciei os jogos anteriores. No entanto, este The Veilguard fez-me mudar um pouco a minha opinião.
As personagens continuam a ser o coração de The Veilguard. Os jogadores assumem o papel de Rook, um líder que tenta unir facções contra deuses élficos recentemente despertados. Os companheiros — desde um Guardião Cinzento lidando com seus deveres até uma engenheira excêntrica — são dinâmicos e envolventes, exemplificando o talento da BioWare para criar personagens emocionalmente complexos. O jogo revisita figuras queridas, como Lace Harding, ao mesmo tempo que oferece novas opções de romance e relações significativas. Pequenos detalhes, como a preparação de refeições em grupo, dão um toque especial à camaradagem da equipa, resgatando os temas de família escolhida tão apreciados pelos fãs.
Visualmente, o jogo toma um rumo ousado. Optando por um estilo mais estilizado e quase cartunesco, em contraste com o realismo de Dragon Age: Inquisition, o mundo apresenta-se vibrante e visualmente marcante. As personagens são mais expressivas, e ambientes como Dock Town e a Floresta de Arlathan transbordam charme e detalhe. Os fãs da lore apreciarão o esforço do jogo em integrar referências profundas, mantendo-se, ao mesmo tempo, acessível para novos jogadores.
The Veilguard introduz mudanças no gameplay que simplificam muitos dos elementos tradicionais de RPG. A gestão de inventário é praticamente eliminada, as árvores de habilidades são fáceis de redefinir e as melhorias de equipamento são automáticas. Apesar de removerem o tédio, estas alterações sacrificam alguma da profundidade e complexidade estratégica esperada pelos fãs antigos. O combate, agora mais rápido e focado na ação, substitui a nuance táctica por uma experiência mais visceral. Os companheiros já não possuem barras de saúde individuais, e as suas habilidades são usadas através de comandos radiais, simplificando as batalhas em detrimento da micromanipulação estratégica.
Embora a narrativa seja envolvente, o ritmo pode parecer irregular. Pontos-chave da história frequentemente parecem apressados, enquanto missões secundárias, embora ricas em momentos de desenvolvimento de personagens, podem carecer de urgência. Além disso, as escolhas do jogador, que sempre foram um marco da série, têm menos impacto global, embora os momentos climáticos da história mantenham um peso emocional significativo.
Resta concluir que, Dragon Age: The Veilguard é uma experiência ousada, que combina a narrativa profunda da série com sensibilidades de design modernas. Embora alguns elementos — como o combate e as escolhas narrativas — possam decepcionar os veteranos da franquia, os personagens cativantes, o mundo evocativo e o design acessível fazem deste um título digno de atenção. Para novos jogadores e entusiastas do lore, é uma incursão fascinante no mundo de Thedas, ainda que nem sempre alcance as alturas dos seus antecessores.
Nota: 9/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.