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Cinema: Crítica – Pedro e Inês (2018)

A trágica lenda de D. Pedro I e Inês de Castro é trazida ao grande ecrã num formato em três realidades que envolve passado, presente e futuro. Pedro e Inês estreia a 18 de outubro nos cinemas.

Pedro e Inês, adaptado a partir do romance “A Trança de Inês”, conta o clássico romance português entre as respetivas personagens com uma abordagem que dá ênfase ao seu final trágico. Passado em três realidades alternativas, nomedamente na idade média onde a história original se passou, no presente no qual Pedro (Diogo Amaral) e Inês (Joana de Verona) são arquitetos de prestígio e num futuro onde as pessoas refugiaram-se na floresta para sobreviver. Em todas elas, Pedro, ou D. Pedro I de Portugal, está casado com Constança (Vera Kolodzig), no entanto, surgirá uma enorme paixão ao conhecer Inês.

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O filme inicia-se num ambiente melancólico, Pedro encontra-se num hospital psiquiátrico, mas o que será que o levou aquele lugar? Observamos o ator numa longa cena de abertura de créditos em câmara lenta, ao som da belíssima música composta por Luís Pedro Madeira. De seguida, o filme vai transitando entre as três realidades enquanto nos demonstra a infeliz loucura que o protagonista alcançou. O seu pai, a mulher Constança e pessoas próximas debatem constantemente contra esta sua nova paixão.

Todavia, apesar do filme ser intitulado de “Pedro e Inês”, o filme foca-se demasiado no protagonista e impede a sua amada de um desenvolvimento equivalente. Eventualmente o amor que os une é claro, mas nem todas as realidades possuem uma autêntica e imediata reação amorosa inicial.

Outro ponto controverso, talvez seja a elevada utilização de narração de Pedro que por vezes duram demasiado e demonstram uma edição semelhante a um anúncio de grandes produções. No entanto, é importante referir que esta mesma narração é o que nos permite sentir verdadeiramente o amor de Pedro por Inês e a excelente capacidade de Diogo Amaral como ator, seja na sua voz como nas incríveis e emocionantes cenas finais. Além disto, estas cenas reforçam a ligação entre as 3 realidades e aumentam o impacto deste trágico romance.

Por fim, a música de Luís Pedro Madeira contribui acentuadamente para a qualidade do filme, bem como os restantes detalhes técnicos da fotografia, cenários e guarda-roupa. O elenco contém ainda nomes como Vera Kolodzig, Miguel Borges, João Lagarto, Custódia Gallego, Cristóvão Campos, Nuno Nolasco.

Pedro e Inês é um filme emocionante que eleva a qualidade do cinema nacional, direcionado a fãs de História ou romances trágicos.

  • Pedro e Inês estreia a 18 de outubro nos cinemas.

7/10

Tiago Ferreira

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