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Cinema: Crítica – Homem-Aranha: Longe de Casa (SEM SPOILERS)

Após o final de Endgame, já estava na altura de tirarmos umas férias…

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Foi com este pensamento que Peter Parker (Tom Holland) fez as malas para a sua visita de estudo à Europa, sempre com o bichinho do romance adolescente a sussurrar-lhe à orelha.
A ideia era simples, ver Veneza e Paris com MJ (Zendaya) e conquistá-la, mas o lapso de Peter foi esquecer-se que é um Vingador, e onde quer que o Homem-Aranha vá, o perigo persegue-o.
Recrutado por Nick Fury (Samuel L Jackson) e em parceria com o herói multi-universal Mystério (Jake Gyllenhaal), cabe ao amigo da vizinhança salvar o planeta dos terríveis “Elementares”, criaturas oriundas do universo 833.

O filme começa como uma sequela à altura de “Regresso a Casa”, o espirito jovial mantém-se enquanto os colegas de Peter se aventuram pelas capitais europeias, mas num instante, o filme faz uma volta de 180 graus tornando-se uma exploração mais profunda de quem Peter Parker é, os seus verdadeiros poderes e as suas novas responsabilidades.

Não só há um esforço por tirar as dúvidas que sobraram no pós-Endgame, mas também de reforçar a identidade do jovem Parker, porque é que Tony Stark o escolheu e o apoiou, e para onde ele se dirige agora.
Acabamos o filme com um Homem-Aranha novo, e no entanto, orgânico neste universo. Não é o Peter Parker da banda desenhada, e muito menos o Miles Morales que começou por imitar em “Regresso a Casa”. Holland torna-se algo inteiramente novo, e o filme não só nos satisfaz curiosidades sobre a sua futura vida de heroísmo como também nos mostra alguns dos problemas com os quais terá de lidar, numa aventura emocionante e divertida que abre a quarta fase do MCU.

Mystério é também incontornável na sua apresentação. Os seus deslumbrantes poderes são secundários apenas para a sua personalidade, esperançoso sem perder a seriedade, Quentin Beck dá a Peter Parker o exemplo de um Tony Stark que não conseguiu salvar o seu mundo e que acabou por perder tudo, cativando o jovem Vingador a lutar pelo que está certo e a desenvolver as suas capacidades como herói.

O elenco secundário principalmente MJ, com uma presença muito mais acentuada nesta segunda aventura, mostram que a equipa de escrita e os atores sabem desenvolver e evoluir personagens. Longe estão os dias em que Sam Raimi acabava os seus filmes a raptar uma Mary Jane indefesa. Zendaya faz da MJ uma rapariga capaz e astuta, algo que já fazia falta nos filmes do Cabeça de Teia.

E por fim o espectáculo visual. Em termos técnicos “Longe de Casa” mantém a elevada fasquia do MCU, mas a criatividade de algumas sequências é uma lufada de ar fresco. Os poderes de Mystério dão aso a algumas das mais deslumbrantes sequências da longa-metragem, solidificando este filme não só como uma excelente sequela mas também como um deleite para os fãs da franquia.

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Não há muito mais que dizer, os designs, cenários, a fotografia e a realização têm evoluído a poucos e poucos, os erros são cada vez menores e mais espaçados. Embora a fatiga dos super-heróis continue a assentar sobre o público, a verdade é que “Longe de casa” surpreende pela positiva, e como tal não posso deixar de recomendá-lo

O Aranhiço volta às salas de cinema já esta semana e traz com ele a maior aventura do Verão!

9/10

-Henrique V.Correia

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