Crítica BD – Alix Senator Vol.6 A Montanha dos Mortos
A Gradiva continua apostando na jornada de Alix e o Central Comics também já leu o Alix Senator: Vol. 6 – A Montanha dos Mortos. Leiam aqui a nossa análise.
O leitor acompanha Roma no ano 12 a.C. O imperador Augusto é todo-poderoso. Alix tem mais de cinquenta anos e é senador.
Nesta nova entrada na série, Khephren vive angustiado com os seus erros derivados da busca imprudente pela Cibele, porém as suas perdas só o tornaram mais obcecado em achar a resposta final. Conduz Alix e Enak pelo misterioso deserto egípcio, quer chegar ao oásis do deus Amón, ao seu santuário e à sua montanha dos mortos, convicto de que o segredo que o salvará está ali guardado.
Contudo, é o destino de todos eles que será decidido na estranha necrópole, entre múmias, saqueadores e servos do deus escondido. A montanha dos mortos nunca mereceu tanto o seu nome.
Os leitores já vinham habituados a quadros mais bélicos, escuros e criadores de um suspense que alimenta as intrigas do argumento – essa sintonia permanece. Achamos um texto assombrado por rancores e segredos, conjugado com cenários de sombras e cores que agonizam os percursos das nossas personagens.
A puberdade de Kephren revela-se uma maldição para os adultos de vida feita e de paz com a morte. Tudo se torna questionável, do desconhecido até ao parente.
Este volume reflete não só a que consequências leva a insensatez, como também demonstra que os fins nem sempre justificam os meios.
O livro continua a qualidade habitual da Gradiva, com capa dura e bom papel e impressão, e tradução competente, mas com uma legendagem fraca. Mas é de dar valor ao ritmo que esta série está a sair, com poucos meses de espaço entre cada livro novo. E precisa mesmo isso porque em França já vai no volume 13, e a editora portuguesa parece assim querer chegar lá rapidamente. Podem visitar o site oficial, aqui.
Valerie Mangin, é latinista e historiadora. Combinando Antiguidade e Ficção Científica, escreve as séries “O Flagelo dos Deuses”, em 2003, em 2012, lançou “Alix Senator”.
Thierry Démarez, um apaixonado pelo desenho e pela pintura, aprofundou a sua formação artística e tornou-se cenógrafo da companhia de teatro da Comédie Française. Desenhou o seu primeiro álbum em 2002. Em 2012, inicia a série “Alix Senator”.
Autores: Valerie Mangin
Ilustração: Thierry Démarez
Género: Banda desenhada, História
Editora: Gradiva
Argumento: 7
Arte: 8
Legendagem: 6
Veredito final: 7
Atriz e professora. Da marginalidade à pureza gosto de sentir tudo. Alcanço o clímax na escrita. Sacio-me com a catarse no teatro. Adiciona-se uma consola, um lightsaber, eye makeup quanto baste e estou pronta a servir.*De fundo ouve-se Fix of Rock’n’Roll, de The Legendary Tigerman*