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Crítica – “A Agente Vermelha” (2018)

Jennifer Lawrence continua na sua rota de aceitar papéis que a afasta das luzes da menina que fez “Hunger Games”. Depois de “Mãe!”, um filme deveras controverso, que dividiu tanto os críticos como a audiência, chega-nos agora com “A Agente Vermelha”.

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Enquanto que o marketing deste filme transmite a ideia que o mesmo seja um thriller injectado com acção e adrenalina, colocando a actriz num lugar vago de heroína, a realidade é bastante diferente.

Passado nos dias gelados da Húngria, o filme conta-nos a história de Dominika Egorova, uma bailarina que é recrutada para ser espiã russa, onde é ensinada a usar o seu corpo como forma de obter informações. Este novo rumo na sua vida leva a que se veja envolta nas relações secretas entre a Rússia e os Estados Unidos, numa trama que promete bastantes reviravoltas.

Realizado por Francis Lawrence (Jogos de Fome; Eu sou a Lenda) e baseado no romance com o mesmo título escrito por Jason Matthews, “A Agente Vermelha” é mais do que um mero thriller de acção. Este é, sim, uma narrativa fascinante de uma personagem que se vê envolta em conflitos internacionais e pretende sair do meio sem quaisquer marcas, custe o que custar.

Num ritmo demorado, o enredo desenrola-se calmamente e de modo inesperado, como que se dando migalhas à audiência e à espera que a mesma consiga acompanhar. Quando a acção aparece, deixa cicatrizes em cada espectador, sendo esta bruta e crua. Não há artifícios no filme – tudo apresenta uma gélida naturalidade, até mesmo a personagem principal que tudo o que lhe é ensinado pode ser visto com maus olhos pelo clima social actual composto por campanhas que apelam à igualdade entre géneros e ao apoio de vítimas de abusos de cariz sexual.

Apesar dos twists do enredo e do impacto gráfico, a realidade é que o filme arrasta-se pelas partículas geladas da Húngria e demora a gratificar a audiência com algum rumo pelo qual nos podemos orientar. Existe uma grande preocupação em apresentar truques que, no final supostamente climático, tudo parece um pouco vazio.

Excelente performance da Jennifer Lawrence, que carrega este filme até à meta final. Apesar do filme estar repleto de cenas peculiares para o padrão do cinema actual (algo que admiro), o produto final não é tão impactante como se esperava.

Every human being is a puzzle of need. You must become the missing piece and they will tell you anything

3,5/5

João Borrega

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