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Cinema português em Berlim

João Canijo é o realizador português em destaque na próxima edição do Berlinalle – Festival de Cinema de Berlim. A sua obra Mal Viver foi escolhida para a competição principal e Viver Mal, para a Competição Encounters.

Mal Viver
Mal Viver


Rodado num hotel do norte de Portugal – o Hotel Parque do Rio, em Ofir – Mal Viver retrata a vida de cinco mulheres, da mesma família, dilacerada pelo ressentimento e rancor, cuja chegada inesperada de uma neta vai abalar em apenas um fim de semana. Paralelamente, de acordo com a sinopse divulgada pela Midas Filmes, Viver Mal, escolhido para a secção Encounters – centra-se em três grupos de hóspedes do hotel: “um casal à beira da separação, uma mãe que encoraja o casamento da filha, para poder manter uma relação clandestina com o seu marido e outra mãe que impede a filha de ser feliz, ao projetar-se nela e assim anular a sua vida”. Histórias que “são o espelho, o negativo, do primeiro filme”.

Viver Mal
Viver Mal


Ambas as produções contam com atores reconhecidos como Anabela Moreira, Rita Blanco, Madalena Almeida, Cleia Almeida e Vera Barreto, em Mal Viver, e Nuno Lopes, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Rafael Morais, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos e Carolina Amaral, em Viver Mal.

Mal Viver

Têm direção de fotografia de Leonor Teles, montagem de João Braz, produção da Midas Filmes – Pedro Borges – em coprodução com a Les Films de l’Après-Midi, França. Beneficiaram do apoio do ICA, do Fundo de Turismo e Cinema e participação da RTP. Ambos estrearão nos cinemas, a 11 de maio de 2023.

Cidade Rabat
Cidade Rabat
 
 
Na secção Forum, da 73ª edição do Berlinale, vai estrear Cidade Rabat, de Susana Nobre, uma coprodução da Terratreme com a KinoElektron. De acordo com a sinopse divulgada pela produtora portuguesa, Cidade Rabat é uma comédia melancólica sobre o luto.
Helena tem quarenta anos e passou os últimos dois anos a tentar conciliar o seu trabalho e a vida familiar com os cuidados médicos da sua mãe, que acaba de falecer. Helena tem uma filha com nove anos chamada Maria com quem vive, em semanas alternadas com o pai. Helena trabalha há dez anos como produtora de cinema e sente-se reprimida pelo quotidiano burocrático das suas funções. Após a morte da sua mãe, Helena é atingida por um sentimento de orfandade enegrecido pelo ambiente de morbidade que a envolveu nos últimos tempos. Esse olhar tocado pelas misérias e tristezas do mundo, na equidistância em que se encontra entre o princípio e o fim da vida, provocam em Helena o despertar de uma segunda adolescência”.

AI: African Intelligence
AI: African Intelligence
 
Na secção Forum Expanded Portugal tem dois filmes: AI: African Intelligence e Last Things.
O primeiro trata-se de um filme de ensaio de Manthia Diawara que, de acordo com a descrição revelada pela produtora Maumaus/Lumiar Cité, explora as “zonas de contato entre rituais africanos de posse entre aldeias piscatórias tradicionais da costa atlântica do Senegal e o surgimento de novas fronteiras tecnológicas conhecidas como Inteligência Artificial”. Considerando a confluência entre tradição e modernidade, o realizador questiona como poderíamos passar de máquinas desencarnadas para um controle mais humano e espiritual de algoritmos. A pergunta que deixa no ar é: “Poderia a África ser o contexto do surgimento de tais algoritmos improváveis?”.

LAST THINGS \ Deborah Stratman
Last Things


Last Things É uma coprodução entre a norte-americana Pythagoras Film, a portuguesa Stenar Projects e a francesa Elinka Films. Foi realizada e escrita pela norte-americana Deborah Stratman, presença habitual no Curtas de Vila do Conde, onde já venceu a Competição Experimental duas vezes, em 2003 e 2014. 

Segundo a sinopse da produtora portuguesa, aborda a “evolução e a extinção do ponto de vista das rochas e de vários futuros outros“. Nesta,”a geobiosfera é apresentada como um lugar de possibilidade evolucionária, onde humanos desaparecem, mas a vida perdura“.
Tem por base as novelas de proto-ficção científica do francês J.-H. Rosny (1856-1940).

No Mercado de Séries, Portugal vai estar representado pela mini-série Cuba Libre, escrita e realizada por Henrique Oliveira. Cuba Libre, produzida pela Hop! Films, conta a história de Annie Silva Pais, filha única do último diretor da polícia política de Salazar, que se casou com um diplomata suíço e foi viver em Havana. No entanto, acaba por se apaixonar por Che Guevara e trocar a família pela revolução cubana.
No elenco conta com Beatriz Godinho, Margarida Marinho, Pierre Kiwitt, Adriano Luz, Lia Gama, Teresa Tavares, Marcantónio Delcarlo, José Raposo, Álvaro Correia, Salvador Nery, entre outros. Estreou na RTP em 2022 e pode agora ser vista na RTP Play.

Para o mercado das coproduções do festival alemão, foi escolhido o projeto Hera, que será a primeira longa-metragem de ficção de Catarina Mourão. O argumento é coassinado por Catarina Mourão e João Rosas, será produzido pela O Som e a Fúria e tem rodagem prevista para 2024. Este filme é também uma homenagem a esta vida comunitária que está a desaparecer das grandes cidades europeias. Como a realizadora revelou ao ICA, centra-se na história e “viagem íntima de Leonor, uma mulher de meia-idade, numa busca identitária que a faz questionar modelos tradicionais de família e parentalidade ao mesmo tempo que mostra a rigidez do tecido socioeconómico perante um modelo que não contempla o casal”.

Carloto Cotta em “Diamantino”, de Gabriel Abrantes
 
De acordo com a publicação Deadline, o realizador português Gabriel Abrantes vai ter um novo filme, Os filhos de Amélia, em divulgação no Mercado Europeu de Cinema, no âmbito do Festival de Cinema de Berlim, que será apresentado pela Wild Bunch International.
Os filhos de Amélia é uma coprodução com a Artificial Humors. Segundo a coprodutora do filme, Margarida Lucas, explicou à agência Lusa, o filme foi rodado em 2020 em Sintra, e conta no elenco com Alba Baptista, Carloto Cotta, Anabela Moreira, Rita Blanco e a atriz norte-americana Brigette Lundy-Paine.
 
A 73ª edição do Festival de Berlim acontece de 16 a 26 de fevereiro de 2023.
Fonte ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual.

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