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Cinema: Crítica – Stéphane

A dupla Timothée Hochet e Lucas Pastor pode muito facilmente ser considerada como uma das mais jovens e importantes do mundo audiovisual francês. Os dois cineastas já previamente receberam o seu devido reconhecimento, principalmente com Calls, um projecto intenso que eventualmente foi parar ao Canal+, e terem trabalhado juntos como actores em tantos outros. No que é a sua primeira longa metragem, Stéphane agrega e culmina todas as experiências tidas até agora, numa comédia que faz comichão.

Timothée (Bastien Garcia) é um cineasta, que durante as rodagens da sua nova curta-metragem sobre espiões, acaba por conhecer um homem chamado Stéphane (Pastor). Acontece que este homem mais velho esconde muitos mistérios, mas o interesse de Timo nele faz com que todos os riscos valem a pena serem corridos, aconteça o que acontecer.

A espontaneidade em como tudo acontece neste filme, deixa-nos agarrados do início ao fim. Se por um lado queremos ver Timo a gravar o seu filme extraordinário, por outro queremos ver o quão longe o absurdo chega a personagem de Stéphane no meio disto tudo. É na excentricidade da junção das personagens, e do desenvolvimento do futuro clássico de guerra que ambos criam juntos. Naturalmente a diferença de idades e a química que ambos têm cria tanta tensão como comédia. Stéphane é, na verdade, uma carta selvagem e nunca sabemos bem o que esperar dele, proporcionando assim muitos momentos engraçado de forma completamente aleatória.

À medida que a narrativa se desenrola, a sensação permanente que algo está errado faz com que estejamos muito atentos aos detalhes e à forma que estes dois homens se abordam um ao outro. É um exercício que, junto com a simplicidade do argumento, faz com que a ideia que tudo pode acontecer seja verdadeiramente genuína, nunca sabendo o que nos espera ao virar da esquina. Quando damos por nós, já estamos tão fundo na toca do coelho que não há forma de voltar para trás, forçando-nos a seguir ao seu fim natural, onde nos espera algo.

Enquanto Garcia é, no fundo, alguém com quem partilhamos a curiosidade pelo seu novo amigo, é ao vermos Pastor a encarnar de forma brilhante Stéphane, que nos apercebemos que estamos perante algo mágico, com o criativo a oferecer-nos algo que dificilmente nos iremos esquecer.

Com isto, Stéphane é uma das estreias mais intrigantes das longas-metragens do ano, a mostrar que ainda há muita força e esperança nos jovens talentos que vão aparecendo, sem receio de agarrar e explorar certos conceitos de forma revirada, encontrando não só o potencial dentro do género de cinema, como a capacidade de contar uma história utilizando técnicas já existentes, e sair por cima com algo merecedor de reconhecimento. As gargalhadas são muitas, como também um sentimento inato de pânico, e é por isso que Stéphane será lembrado.

Nota Final: 7/10

Stéphane foi visto no âmbito da cobertura da 20ª edição do IndieLisboa.

A dupla Timothée Hochet e Lucas Pastor pode muito facilmente ser considerada como uma das mais jovens e importantes do mundo audiovisual francês. Os dois cineastas já previamente receberam o seu devido reconhecimento, principalmente com Calls, um projecto intenso que eventualmente foi parar ao Canal+, e terem trabalhado juntos como actores em tantos outros. No que é a sua primeira longa metragem, Stéphane agrega e culmina todas as experiências tidas até agora, numa comédia que faz comichão.

Timothée (Bastien Garcia) é um cineasta, que durante as rodagens da sua nova curta-metragem sobre espiões, acaba por conhecer um homem chamado Stéphane (Pastor). Acontece que este homem mais velho esconde muitos mistérios, mas o interesse de Timo nele faz com que todos os riscos valem a pena serem corridos, aconteça o que acontecer.

A espontaneidade em como tudo acontece neste filme, deixa-nos agarrados do inicio ao fim. Se por um lado queremos ver Timo a gravar o seu filme extraordinário, por outro queremos ver o quão longe o absurdo chega a personagem de Stéphane no meio disto tudo. É na excentricidade da junção das personagens, e do desenvolvimento do futuro clássico de guerra que ambos criam juntos. Naturalmente a diferença de idades e a química que ambos têm cria tanta tensão como comédia. Stéphane é, na verdade, uma carta selvagem e nunca sabemos bem o que esperar dele, proporcionando assim muito momentos engraçado de forma completamente aleatória.

À medida que a narrativa se desenrola, a sensação permanente que algo está errado faz com que estejamos muito atentos aos detalhes e à forma que estes dois homens se abordam um ao outro. É um exercício que, junto com a simplicidade do argumento, faz com que a ideia que tudo pode acontecer seja verdadeiramente genuína, nunca sabendo o que nos espera ao virar da esquina. Quando damos por nós, já estamos tão fundo na toca do coelho que não há forma de voltar para trás, forçando-nos a seguir ao seu fim natural, onde nos espera algo.

Enquanto que Garcia é, no fundo, alguém com quem partilhamos a curiosidade pelo seu novo amigo, é ao vermos Pastor a encarnar de forma brilhante Stéphane, que nos apercebemos que estamos perante algo mágico, com o criativo a oferecer-nos algo que dificilmente nos iremos esquecer.

Com isto, Stéphane é uma das estreias mais intrigantes das longas-metragenss do ano, a mostrar que ainda há muita força e esperança nos jovens talentos que vão aparecendo, sem receio de agarrar e explorar certos conceitos de forma revirada, encontrando não só o potencial dentro do género de cinema, como a capacidade de contar uma história utilizando técnicas já existentes, e sair por cima com algo merecedor de reconhecimento. As gargalhadas são muitas, como também um sentimento inato de pânico, e é por isso que Stéphane será lembrado.

Nota Final: 7/10

Stéphane foi visto no âmbito da cobertura da 20ª edição do IndieLisboa.

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