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Cinema: Crítica – Shin Ultraman (2022)

As imaginações japonesas de outrora não levam, até estes dias, o devido crédito nas suas influências no mundo ocidental. Seja o conceito de kaiju, que nos trouxe Godzilla e outros monstros, Ultraman e Kamen Rider que influenciaram a criação dos Power Rangers, que nos acompanharam nas manhãs durante a nossa infância. É talvez por isso que Hideaki Anno e Shinji Higuchi estejam a criar as suas reinterpretações de homenagem com Shin Godzilla, Shin Ultraman e eventualmente Shin Kamen Rider. Nesta edição do IndieLisboa, houve a oportunidade de ver Shin Ultraman no grande ecrã, uma oportunidade rara por terras lusitanas.

Depois de um grupo de alienígenas terem aterrado no Japão, uma equipa governamental especializada tem que perceber como abordar esta nova ameaça, o que querem, e como mudam as vidas de cada um. Enquanto que a morte acidental de um deles força Ultraman a encarnar a sua vida, a missão de continuar a proteger a Terra é cada vez mais imperativa

Acontece que Shin Ultraman, nas suas quase duas horas de filme, parece um conjunto de episódios colados, onde tudo acontece demasiado lento ou demasiado rápido. Este ritmo inconsistente, aliado a um grupo de personagens relativamente superficiais, faz com que qualquer empatia que tenhamos em relação a eles seja completamente minimizada pelos seus comportamentos, retirando muita da tensão e suspense. No entanto, e em boa exibição japonesa, há um grau de espectacular que vai compensando com momentos, onde a aparição de Ultraman deixa-nos a sorrir.

Do ponto de vista técnico, há muita criatividade na fotografia do filme, e métodos menos usuais de usar câmaras, e que de forma muito imaginativa eleva o filme para algo mais inovador e entusiasmante de se ver. A isto se junta uma banda sonora tradicional deste tipo de projectos, que vão buscar muito à nostalgia dos clássico deste sub-género, algo que os fãs irão certamente apreciar.

Por outro lado, é a nostalgia e o fanatismo que pode fazer com que Shin Ultraman não seja facilmente acessível a um grande público, que ao verem isto sem o mínimo de contexto, rapidamente vão se sentir perdidos com os conceitos apresentados, e talvez não irão apreciar da mesma forma que outros. Ainda assim, os conceitos gerais podem ser suficientes para acompanhar os eventos descritos, mas sem aquela ligação, não será definitivamente a mesma coisa.

No fim, Shin Ultraman é um filme com muito potencial que poderia subido as apostas e ser puro espectáculo do inicio ao fim, optando por ser algo mais serializado e tradicional para o clássico, muito diferente de outros filmes do universo de Ultraman lançados nos últimos anos; que irá agradar a fãs mais afincados e conhecedores da história da saga

Nota Final: 7/10

Shin Ultraman foi visto no âmbito da cobertura da 20ª edição do IndieLisboa.

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