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Cinema: Crítica – Mutant Blast (2019)

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O panorama do cinema português nos últimos anos tem sido de recepção mista. Por cada mega-sucesso como Variações ou Snu, existem outros filmes mais obscuros, como Linhas de Sangue ou Leviano, que mostram uma incoerência perante a qualidade de filmes produzidos no nosso país. Mas o realizador Fernando Alle teve outra ideia em mente e com a experiência de curtas-metragens de culto Papá Wrestling e Banana Motherfucker, eis que lança Mutant Blast, que tem feito furor por festivais pelo mundo e que finalmente estreia nas salas portuguesas.

Num futuro próximo, os militares fazem experiências em humanos para criarem super-soldados, mas Maria (Maria Leite) conseguiu libertar o TS-347 (Joaquim Guerreiro) e estão em fuga. Pelo caminho conhecem Pedro (Pedro Barão Dias), um homem que não faz ideia de o que se está a passar e se junta a eles para sobreviver. Mas nem tudo é fácil, já que uma nova ameaça, em forma de bomba nuclear, ameaça as suas vidas.

É fácil deixar-nos levar por todo o nonsense de Mutant Blast, um filme que homenageia, na sua forma, os clássicos filmes de série-Z conhecidos da Troma Entertainment, liderada por Lloyd Kaufman e que também da qual foi produtora. Desde dos diálogos informais, ao uso de efeitos práticos, estes que perseguem na reputação de Alle, onde sangue e tripas são o pão nosso de cada dia e brilhantemente executados de forma exagerada, repleta de comédia sem se conter. Tudo isto faz parte de uma experiência que nenhum outro filme português conseguiu fazer até agora.

Maria Leite, a durona da película, faz um excelente trabalho de mostrar uma mulher poderosa, disposta a correr riscos para concluir a sua missão, que, juntamente com Pedro Barão Dias, fazem um duo balanceado entre a falta de noção de Pedro, que tem que improvisar neste novo mundo, e a responsabilidade que Maria tem em evitar a morte dos civis e eliminar os zombies, quero dizer, os infectados.

Destaca-se também a presença de Joaquim Guerreiro, que providencia algumas das melhores cena do filme como os soldados melhorados TS-504 e TS-347. É importante também referir toda a equipa de efeitos especiais, que construíram um universo de personagens e as suas respectivas mutações, desde da mão de Rato, à orelha no pescoço, entre muitas outras surpresas.

No fim, Mutant Blast é a lufada de ar tóxico que o cinema português necessita, indo na direcção oposta daquilo que já vimos até hoje no cinema made in Portugal e que, finalmente, dá um motivo de verdadeiro orgulho de ver, não só perante os fãs de género, que aqui irão encontrar um verdadeiro filme de culto, como também aqueles que nunca arriscaram em ver um filme da lendária produtora Troma, que certamente serão surpreendidos. E mais, nunca irão olhar para os golfinhos da mesma forma.

Nota Final: 8/10

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